Telemedicina: ANAMT participa de matéria sobre veto da prática

O diretor científico da ANAMT, Dr. Francisco Fernandes, foi um dos entrevistados da edição desta segunda (13) no Painel S.A, do jornal Folha de S. Paulo. Ele falou sobre a resolução do CFM que veta o uso da telemedicina em exames ocupacionais. Confira o texto a seguir:

Medicina do Trabalho

Enquanto o debate para regular a telemedicina no pós-pandemia avança no Congresso, um desdobramento do tema foi aberto nas últimas semanas quando o CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou resolução vetando a prática em exames ocupacionais, como os de admissão e demissão. O CFM diz que, diferentemente da medicina assistencial, que se baseia na confiança entre médico e paciente, a pericial visa o equilíbrio entre empregado e empregador, e pode ter conflito.

Estetoscocópio

“A perícia médica não é uma consulta, mas um ato, uma exigência legal, portanto, precisa de segurança jurídica devido às implicações legais e administrativas”, diz o CFM em nota. A ANAMT (associação de medicina do trabalho), que reúne médicos do trabalho, apoia a decisão.

Termômetro
Para Francisco Fernandes, diretor científico da entidade, fazer exame ocupacional por telemedicina é inviável. Ele afirma que a principal informação do médico do trabalho é exame físico, que precisa atestar que o trabalhador não tem sinal de exposição a riscos.

Fábrica
Mas a resolução desagradou a indústria. Pablo Cesário, gerente da CNI, defende que a telemedicina ampliou o acesso dos funcionários da indústria aos serviços de saúde e diminuiu os custos, como o do transporte.

Maca
A deputada federal Adriana Ventura (Novo), da comissão que estuda a telemedicina na Câmara, afirma que a medida contraria a lei em vigor desde 2020 que libera a prática na pandemia. Ela diz que o CFM tem adotado posições conservadoras no assunto e que vai conversas com o conselho sobre o caso.

Tela
O CFM, por sua vez, diz que a lei de telemedicina em vigor orienta as atividades de prevenção, promoção e assistência, mas não se refere às perícias, tema que ainda está em debate entre os especialistas no direito e na medicina.

Seringa
O futuro do setor de saúde é pauta de discussões e estudos em diferentes indústrias. no Science Talks que a EMS propõe neste mês, o tema das mudanças do pós-pandemia vai ser discutido por nomes como o pesquisador C. Michael Gibson e o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão.

UTI
A transformação digital em hospitais é outro tema no radar da indústria, segundo estudo da Philips, que aponta que a necessidade de treinar profissionais para implementar tecnologia é maior no Brasil (44%) do que a média de um grupo de 14 países (30%).

Por |2021-09-13T13:10:04-03:0013 de setembro de 2021|Institucional|