Artigo apresenta modelos para estimar absenteísmo de docentes

O artigo “Predição de absenteísmo docente na rede pública com machine learning” propõe modelos preditivos capazes de estimar o risco de ausência laboral dos docentes da educação infantil a partir da inteligência artificial e de algoritmos de aprendizagem supervisionada. Para tanto, foram considerados professores desse universo que atuam em toda a rede pública municipal do estado de São Paulo, utilizando-se de dados secundários, públicos e anônimos da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), com vinculação às bases do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e da Fundação Seade.

Os autores, Fernando Fernandes da Fundacentro e Alexandre Chiavegatto Filho da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), selecionaram 11 variáveis preditoras: sexo, idade, pós-graduação, tamanho do estabelecimento, tipo de vínculo empregatício, primeiro emprego, tempo no emprego, horas contratadas, média anual da quantidade de salários mínimos, média de alunos por turma e número de habitantes no município de atuação do trabalhador.

Os pesquisadores desenvolveram cinco algoritmos de aprendizado supervisionado. “Espera-se que o melhor modelo proposto possa ser aplicado para estimar o número de afastamentos por doença em professores, utilizando dados projetados dos trabalhadores (por exemplo, tempo de ocupação, carga horária e renda) e do ambiente de trabalho (por exemplo, alunos por turma)”, afirmam.

Com isso, acreditam ser possível subsidiar políticas públicas para prevenção de ausência laboral e evitar novos adoecimentos. Também avaliam como viável o uso da Rais para análise de absenteísmo por morbidades, por conter variáveis das relações de trabalho, o que pode ser explorado para a análise de outras categorias profissionais.

Publicado pela Revista de Saúde Pública, o artigo também será disponibilizado pela Biblioteca da Fundacentro.

Saúde e trabalho dos professores

A saúde dos professores está em pauta na Fundacentro por meio do projeto “Caminhos para a melhoria das condições de trabalho e saúde dos professores na perspectiva das políticas públicas”, coordenado pelo tecnologista Jefferson Peixoto. Para conhecer a pesquisa, acesse a página na Vitrine de Projetos.

A pesquisa, de natureza quali/quantitativa, busca estudar formas de melhorar as condições de trabalho e saúde dos professores com um olhar voltado para as políticas públicas. Utilizam-se métodos mistos (triangulação de métodos), recorrendo-se a fontes estatísticas, bibliográficas e empíricas.

“Enquanto resultado, espera-se gerar conhecimento sobre as políticas públicas que incidem sobre as condições de trabalho e saúde dos professores e aplicar os resultados na elaboração de um documento proposta (relatório de pesquisa) que apresente sugestões de formas de reduzir os altos índices de afastamento relacionados ao trabalho entre professores”, afirma a equipe do projeto.

Fonte: Fundacentro

Por |2021-08-17T09:36:01-03:0017 de agosto de 2021|Saúde no trabalho|