Os trabalhos do último dia do 17º Congresso Nacional da ANAMT tiveram início com a conferência “Desafios e Tendências na Integração do Cuidado à Saúde do Trabalho: Promoção, Proteção e Assistência”, com apresentação do Prof. Alberto Ogata, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Além da assistência médica, Dr. Ogata lembrou que a saúde é gerada pelas interações sociais, questões econômicas, aspectos comportamentais e o ambiente de trabalho. Nesse contexto, ele também abordou as condições das pessoas desempregadas e trabalhadores informais, comumente atendidos pela rede pública, que também deve atentar para o atendimento adequado dessa população. O trabalho de prevenção também é uma das ferramentas para gerir a saúde de pessoas afastadas e por conta do envelhecimento da força de trabalho.
Nesse contexto, Dr. Ogata listou as principais causas de morte no Brasil, relacionadas a doenças coronarianas, diabetes e hipertensão, e a necessidade de combater os fatores de risco desde cedo, já que mais de 60% dos trabalhadores entre 50 e 64 anos tem duas ou mais doenças.
Em relação aos casos de transtorno mental, ele lembrou que é preciso pensar em ferramentas para melhorar e cenário e não somente identificar os casos.
Sobre as características do sistema de saúde para o século XXI, o palestrante mencionou características como customização das necessidades de cada paciente, com base na atenção continuada, com o plano de cuidado construído com os pacientes e de caráter multidisciplinar.
Na semiplenária “O Desafio de Engajar a Participação dos Trabalhadores nos Programas de Saúde para Mudança de Hábitos”, Dr. Fernando Akio Mariya pontuou a necessidade dessas ferramentas estarem alinhadas com a diretoria das empresas e focadas nas pessoas. O médico, nesse contexto, pode obter informações sobre as necessidades dos trabalhadores nos exames periódicos, garantindo a confidencialidade do que é dito nas consultas.
Ele também destacou que, antes da implementação dos programas, é preciso identificar se os pacientes estão prontos para participar, ou se é necessário uma etapa de conscientização e divulgação anterior.
Para auxiliar na obtenção de bons resultados, ele destacou que áreas como o RH e a Cipa podem auxiliar no compartilhamento das informações, assim como pessoas integrantes das iniciativas devem se tornar embaixadores dos programas. Nesse contexto, a divulgação dos programas pode ocorrer em cartazes na empresa, palestras de incentivo, intranet, emails, além de estar presente em todos os locais da companhia.