No dia 29 de setembro, a Conferência Pan-Americana de Saúde do Trabalhador e Ambiental realizou semiplenárias que abordaram a importância da prevenção na promoção da saúde e os desafios trazidos pela tecnologia. Dr. Casey Chosewood, do National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH), tratou da Saúde Integral do Trabalhador. Ele destacou os desafios do mundo do trabalho em um contexto de avanços tecnológicos cada vez mais ágeis que podem diminuir, influenciar significativamente a produtividade das pessoas, o que diminui empregos, ou substituir o trabalho, com conseqüências como estresse dos trabalhadores e, no futuro, a inclusão de robôs ou outros dispositivos tecnológicos na supervisão das pessoas.Risco de acidentes mais graves e maiores dificuldades no retorno ao trabalho dos acidentados são algumas das dificuldades apontadas pelo palestrante nessa situação.
Dr. Nick Pahl, da Society Occupational Medicine (SOM), do Reino Unido, tratou de Governança e Advocacia, apresentação presidida pela Dra. Marcia Bandini. Ele destacou os principais pontos do conceito, além dos prós de sua aplicabilidade, como redução dos custos, acesso a novas informações que podem auxiliar outras especialidades médicas e descoberta de novas oportunidades de trabalho no tema. Entre os pontos negativos, dificuldade de continuidade das ações e de mostrar resultados consistentes em prazos menores.
Em seguida, Dr. Pahl enumerou as etapas estabelecimento da Advocacia, como identificação do objetivo, porquê e quando iniciar as ações, público das mesmas e formas de entregar a mensagem. Para a efetividade do planejamento, ele destacou a importância de explicar claramente os eventuais desdobramentos do problema para os pacientes e a comunidade.
A incidência de doenças mentais e físicas e a influência das mesmas na produtividade e na plena saúde dos trabalhadores foram abordadas na apresentação do Dr. Richard Heron, da SOM, sobre Trabalho Seguro, Saudável e Produtivo – Um sonho ou realidade na Quarta Revolução Industrial. Ele apresentou o quadro do Reino Unido, onde 25% dos trabalhadores apresentam doenças físicas e um terço têm doenças de longo prazo. Ele destacou que é preciso mudar a forma como o adoecimento e a saúde dos trabalhadores é feita, com foco no cuidado, já que pessoas saudáveis são trabalhadores saudáveis.
Dr. Ron Loeppke, da ACOEM, ministrou a semiplenária sobre Ambientes de Trabalho mais Saudáveis e Seguros: Impulsionando o Poder da Prevenção. Ele ressaltou a importância de práticas no ambiente de trabalho que previnam doenças crônicas entre os trabalhadores, como doenças do coração, pulmão, transtornos mentais e diabetes, iniciativas mais baratas e que diminuem os custos do sistema de saúde à longo prazo.
Segundo o palestrante, 75% dos custos do sistema de saúde norte-americano são em doenças crônicas, que poderiam ser evitadas com hábitos saudáveis e acompanhamento preventivo. Ele também mencionou o quadro de trabalhadores com doenças como síndrome de Burnout e distúrbios musculoesqueléticos no país.
Em outra semiplenária, Dra. Milena Cordeiro, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), discorreu sobre Ações de Notificação e agravos à saúde relacionados ao trabalho no eixo panamericano. Ferramenta que permite conhecer melhor as causas e contextos dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, a especialista ressaltou que as notificações são um recorte de um quadro mais amplo, já que abrange somente o mercado de trabalho formal. Nesse contexto, ela falou sobre a importância da conscientização dos profissionais da saúde para o preenchimento correto e com dados de qualidade. Ela ainda explicou que as interfaces do sistema de envio não permite recortes territoriais mais específicos, quadros que podem ser estudados por profissionais capacitados, que podem transformar as informações em conhecimento.