ANAMT firma parceria com Universidade de Stanford para pesquisa na área médica

Diariamente, médicos de diferentes especialidades em todo o país são expostos aos mais diferentes tipos de desafio: jornadas longas em plantões, procedimentos estressantes e a responsabilidade de ter sob o seu cuidado dezenas de vidas são alguns dos desafios enfrentados por profissionais de saúde. Segundo uma pesquisa da Business Insider em parceria com a Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos, duas especialidades médicas – anestesista e clínico-geral – estão entre as 20 profissões mais estressantes do mercado de trabalho.

Para fomentar esse debate, a ANAMT firmou parceria com a Universidade de Stanford para traduzir, adaptar e validar, o “Professional Fulfillment Index” (em tradução livre, índice de satisfação profissional) desenvolvido pela escola de medicina da entidade americana. Trata-se de uma escala para mensurar o nível de satisfação com a profissão, assim como a incidência de burnout entre médicos.

Em contrapartida por utilizar a ferramenta no Brasil, a ANAMT dividirá com a Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford os dados obtidos no país, o que ajudará a universidade na obtenção de estatísticas sobre a situação de profissionais de saúde do mundo todo. De acordo com o Dr. Rodrigo Bornhausen Demarch, especialista em Medicina do Trabalho e presidente da Comissão Técnica de Promoção da Saúde no Trabalho da ANAMT, responsável por firmar a parceria, agora a Associação trabalha em estruturar a coleta de dados no Brasil.

“Nos próximos seis meses, vamos trabalhar no processo de tradução e adaptação transcultural da para a realidade brasileira. Também estamos buscando parcerias com outras entidades médicas e universidades, para medirmos a satisfação profissional e burnout médico em escala nacional”, explica Demarch.

Segundo o especialista, há uma série de fatores que contribuem para o elevado nível de estresse entre médicos e profissionais de saúde. O objetivo da pesquisa é justamente identificar os mais importantes, para que ações preventivas e possam ser implantadas com maior adequação às necessidades de cada grupo.

“Não se trata de um problema de fácil resolução, já que o burnout é multifacetado. Existe uma alta demanda administrativa que recai sobre os médicos, prontuários eletrônicos pouco amigáveis, falta de autonomia no ambiente de trabalho, um nível de pressão muito alto, entre outros”, detalha Demarch. “A busca pela sustentabilidade do sistema de saúde, que é um tema muito discutido hoje em dia, tem ligação direta com isso. A saúde mental do médico e dos profissionais de saúde em geral, é fundamental para que a melhor experiência do paciente aconteça, para que o número de erros diminua, e consequentemente, para que os gastos e desperdícios do sistema sejam menores”.

Por |2018-06-08T10:09:05-03:008 de junho de 2018|Institucional|