Data: 17 de novembro
A mineradora Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, afirmou nesta segunda-feira (16) que a barragem de Santarém não se rompeu em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Diferentemente do que a empresa havia informado no dia 5 de novembro, quando disse que duas barragens entraram em colapso, a barragem do Fundão foi a única a se romper.
De acordo com a mineradora, na barragem de Santarém, o maciço, corpo principal, está preservado. Porém, houve danos na crista – o ponto mais alto – e em parte da estrutura do vertedouro, estrutura que permite a saída de água.
O fiscal do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em Minas Gerais, Leandro Carvalho, havia dito, em entrevista ao Fantástico deste domingo (15), que a barragem de Santarém não se rompeu. Segundo a mineradora, houve “galgamento” na barragem, ou seja, ela transbordou com os rejeitos da barragem de Fundão, mas “o maciço remanescente está íntegro mesmo estando parcialmente erodido”.
O engenheiro especialista em barragens Joaquim Pimenta de ávila explicou ao G1 que isto significa que Santarém está com capacidade menor de retenção porque está mais baixa. “Ela não se rompeu. Para falar que houve rompimento teria que ter levado tudo. Tem muito rejeito lá ainda. Está cheio de lama”, disse. O engenheiro falou que sobrevoou as barragens.
A Samarco afirmou que na barragem de Santarém, primeiramente, serão colocados blocos para minimizar o impacto de erosão e que a intervenção definitiva está na etapa de estudos de engenharia para escolha da melhor alternativa.
A terceira barragem do complexo, a Germano, tem tricas decorrentes do rompimento da barragem de Fundão, conforme a Samarco. “A estrutura principal da barragem de Germano está preservada. As estruturas auxiliares e as trincas observadas, decorrentes do rebaixamento do reservatório de Fundão, estão sendo monitoradas de maneira intensa e permanente”.
Segundo a mineradora, as obras para prevenir o rompimento de Germano e de Santarém as obras de emergência já foram iniciadas. “Todas as estruturas estão sendo monitoradas em tempo real por meio de radares e inspeções diárias são realizadas pela equipe técnica da empresa. Além disso, estão sendo utilizados drones, escaneamento a laser e a instrumentação geotécnica existente para a avaliação técnica, sendo que para a barragem de Germano, as leituras são automatizadas com aquisição de dados online”, diz o comunicado.
Mortes e devastação do ambiente
No dia 5 de novembro, a barragem de Fundão se rompeu provocando um “tsunami” de lama que destruiu o distrito de Bento Rodrigues e varreu outros distritos da região central de Minas Gerais.
A lama atingiu o Rio Doce, provocando mortandade de peixes e prejudicando o abastecimento de água em cidades banhadas pelo rio. Até a tarde desta segunda-feira, 12 pessoas seguiam desaparecidas, sendo nove funcionários da Samarco e três moradores de Bento Rodrigues.
Quatro corpos aguardavam identificação. Sete mortos na tragédia já foram identificados.
(Fonte: G1)