Portuários do Rio exigem melhores condições de trabalho

Portuários do Rio exigem melhores condições de trabalho

Data: 16 de janeiro

A morte do operário Stanley Meireles Lima, no fim da tarde de ontem (15), enquanto trabalhava nas obras de modernização do Porto do Rio de Janeiro, levou dezenas de operários da Concessionária Porto Maravilha, responsável pelo empreendimento, a promover manifestação de protesto na manhã de hoje (16) para exigir melhores condições de trabalho. A empresa é responsável pela execução das obras do novo sistema viário que está sendo implantado na região portuária do Rio.

Durante a manifestação, na Avenida Rodrigues Alves, no centro da cidade, os empregados exigiram que a empresa se posicione o mais rapidamente possível sobre as reivindicações da categoria e anunciaram que, se a concessionária não se manifestar sobre as reivindicações, haverá nova manifestação na próxima segunda-feira (19). A concessionária ainda está apurando a causa da morte do operário.

Os operários protestaram contra a falta de ambulância de plantão permanente no local em que estão sendo executadas obras de grande porte. Funcionário da Concessionária Porto Maravilha, Junior dos Santos contou que as máquinas trabalham bem perto das pessoas e alertou para a possibilidade de outros acidentes.

“é fio desencapado, as máquinas trabalham em cima das pessoas. Eles só querem correria para entregar a obra no aniversário do Rio de Janeiro [1º de março]. Se continuar do jeito que está, mais pessoas vão morrer aqui. Quando o Ministério do Trabalho [e Emprego] vem aí, eles começam a esconder os erros em cima da hora. Aí eles [fiscais do ministério] não encontram nada, mas, quando eles vão embora, continua a mesma coisa”, disse Junior.

Para os operários da obra, se o funcionário tivesse recebido os primeiros socorros após o acidente, poderia ter sido salvo. Segundo os funcionários, Stanley Meireles Lima trabalhava na obra há cerca de dez dias e morreu após tomar um choque elétrico. José Carlos Nascimento, que trabalha na obra, disse que a ambulância demorou cerca de 40 minutos para socorrer Stanley.

“Ele foi tirar uma peça, e por negligência dos empregados responsáveis pela parte elétrica da obra, que deixaram o fio desencapado, o rapaz tomou um choque. Tentamos reanimá-lo, chegamos a chamar uma ambulância, mas, em razão da demora, ele não resistiu ao choque, que deve ter chegado a uns 380 volts”, protestou.

O diretor de contrato da obra, Alexandre Chiavegatto, falando em nome da concessionária, disse que as causas da morte de Stanley ainda estão sendo apuradas, e ainda não há nenhuma evidência sobre as causas da tragédia. “Estamos dependendo da autópsia para saber exatamente o que aconteceu. Nós não conseguimos identificar nenhum vestígio”.

Ele negou que a demora no atendimento seja a causa da morte do empregado. “Nós entendemos que não foi esse o motivo da morte do rapaz. De qualquer forma, em função do número de pessoas que temos trabalhando aqui, estamos disponibilizando, além das ambulâncias de apoio que temos, uma outra unidade fixa na área para não termos mais nenhum problema dessa natureza”. Em razão do ocorrido, a concessionária dispensou todos os trabalhadores, que só darão continuidade à obra na próxima segunda-feira.

Fonte: Revista Proteção

Por |2015-01-21T15:02:32-02:0021 de janeiro de 2015|Notícias|