Data: 20 de novembro
O coordenador-geral de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Jorge Machado, afirmou nesta quinta-feira (20) aos deputados da Comissão de Direitos Humanos e Minorias que vai solicitar investigação sobre a possível contaminação por minerais e seus riscos de exposição aos trabalhadores pela empresa GEA do Brasil, na cidade de Franco da Rocha (SP).
Essa empresa atua na produção de equipamentos de troca de calor em processos industriais que exigem altas temperaturas em suas linhas de produção.
A comissão discutiu a denúncia feita pelo engenheiro e ex-funcionário Paulo da Costa Xavier, que tenta provar na Justiça ter sido vítima de falta de cuidados de segurança da empresa. Segundo ele, sua saúde foi gravemente afetada pela irradiação e contaminação por elementos minerais no trabalho.
Defesa
Na audiência pública, a empresa apresentou defesa, informando ter realizado investimentos para melhorar as condições de segurança e obtido laudos sanitários e ambientais que negam radiação excessiva ou riscos de contaminação do solo e de poços artesianos.
Segundo os integrantes do colegiado, a perspectiva atual da empresa na área ambiental e funcional não invalida a atuação passada, que pode ter afetado ou colocado em risco a saúde dos trabalhadores e de residentes nas cercanias da fábrica.
O deputado Luiz Couto (PT-PB), que solicitou a audiência, ressaltou que a comissão atua na perspectiva de proteção da saúde do trabalhador e do ser humano. “Essa atuação é necessária para que as empresas tenham responsabilidade social e com o meio ambiente”, afirmou. Luiz Couto disse que vai apresentar requerimento para uma investigação na próxima reunião ordinária da comissão e que pedirá o envio dos documentos apresentados pelas duas partes ao Ministério da Saúde.
água contaminada
Paulo Xavier informou ter a saúde abalada e acusou a empresa de cometer crimes contra a saúde de seus próprios funcionários, pela exposição à radioatividade e por utilização de água contaminada de alguns poços artesianos que abastece o estabelecimento, onde foi comprovada a existência de substâncias (tetracloreteno) e minerais (ferro e manganês) em concentrações prejudiciais ao fígado e ao cérebro humano.
O advogado da empresa, Bruno Souza, diz que as acusações não se sustentam e que os problemas de saúde de Xavier não são provenientes de contaminação por radioatividade. Ele conta que diversas pesquisas já mostraram que não há nada de errado com a água da GEA do Brasil.
Laudos
Por sua vez, o denunciante apresentou à comissão laudos que atestam as condições de risco. Ele levou à audiência o médico que acompanha a evolução de seu quadro clínico e também a herdeira de um sítio vizinho à empresa, Ana Oliveira, que vive na propriedade.
O médico Francisco D’Abronzo relatou o risco da perda funcional do fígado do ex-funcionário, mas não confirmou que o acúmulo de gordura no órgão seja consequência de contaminação por agentes químicos. Ana relatou à comissão problemas de saúde de moradores e funcionários da propriedade, que considerou “estranhos”, como abortos e morte.
Fonte: Agência Câmara