Pesquisa inédita mapeia a saúde do trabalhador do setor mineral

Pesquisa inédita mapeia a saúde do trabalhador do setor mineral

Data: 5 de setembro

A saúde do trabalhador do setor mineral do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, pode ser melhor compreendida em relatório realizado pela Fundacentro e CNTI. Fruto de parceria entre ambas as instituições, o documento traça um diagnóstico para melhoria de indicadores para ações de vigilância em saúde dos trabalhadores da mineração.

A atividade mineradora que coloca o Brasil como sexto maior produtor de minério do mundo, é também a atividade que expõe trabalhadores aos diversos riscos ocupacionais relacionados à exposição aos agentes químico, físico, biológico, a poeiras de sílica e fibras de amianto, ruídos, vibrações mecânicas, além dos constantes acidentes de trabalho que envolvem carga de trabalho excessiva com movimentos repetitivos, posturas inadequadas, entre outros.

O setor extrativista de minerais não metálicos representa 1% do total dos trabalhadores, segundo estudo desenvolvido pelo SESI e é tida como grau de risco 4, de acordo com a NR-4 de 2008.

O caminho percorrido para avaliar as condições de trabalho dos trabalhadores do setor mineral envolveu diversas etapas que consistiram na análise das informações disponíveis entre 2003 e 2008, a apresentação dos resultados individualizados segundo os registros administrativos federais, a vinculação desses registros e cruzamento de suas informações, a produção de indicadores desagregados por município e a elaboração de proposta técnica para um piloto de sistema de informação setorial que resultaram na construção de um banco de dados único.

O Quadrilátero Ferrífero, maior província mineral do país abrange 34 municipios de Minas. De acordo com o pesquisador da Fundacentro, Celso Salim, há grandes chances de se ampliar esse estudo para outras regiões do país. “Meu estudo possui muita base de dados, porém, foi criado apenas um piloto. Acredito que províncias minerais localizadas nos estados do Pará, Bahia e Santa Catarina necessitam de maior aprofundamento de estudos”, diz Salim.

O relatório técnico de 303 páginas, explora o que já se tem de informações, indo além do acervo disponível sobre o tema. Procura correlacionar as informações de diferentes fontes, com a finalidade de se reconhecer os grupos de risco e os fatores que se relacionam à precariedade do ambiente de trabalho e da saúde do trabalhador do setor mineral.

Disponível para leitura somente na biblioteca da Fundacentro em São Paulo e Minas Gerais, o relatório intitulado: Identificação, mensuração e análise dos acidentes, doenças e mortes no setor mineral: construção de modelo de monitoramento das condições de trabalho e saúde dos trabalhadores das minerações, foi elaborado por Celso Salim (Fundacentro), Aline Riquetti Campos Emidio e Paula Mendes Werneck da Rocha, pela CNTI, tendo sido concluído em outubro de 2013.

Fonte: Fundacentro

Por |2014-09-05T16:27:33-03:005 de setembro de 2014|Notícias|