O ano de 2014 marca o tricentenário de morte do médico italiano Bernardino Ramazzini (1633-1714), autor do livro De Morbis Artificum Diatriba, traduzido para português como As Doenças dos Trabalhadores. Na publicação, o italiano analisa mais de 50 profissões da época e descreve as condições de trabalho e as respectivas doenças ou acidentes mais frequentes em cada ocupação. A obra, pioneira nessaa abordagem, tornou Ramazzini um referencial para seus colegas, sendo considerado até hoje o pai da Medicina do Trabalho.
Formado em Medicina pela Universidade de Parma, Ramazzini exerceu a profissão por mais de três décadas e lecionou nas universidades de Módena, Pádua e Veneza. Interessou-se pela área ao observar a agilidade com que trabalhadores limpavam a fossa de sua casa e diagnosticar uma inflamação nos olhos de um dos operários. A partir daí, encontrou muitos casos semelhantes entre pessoas da mesma classe e interessou-se cada vez mais pelas condições de trabalhadores muitas vezes esquecidos pela sociedade, realizando visitas e entrevistas para conhecer as especificidades das atividades.
Entre as contribuições de Ramazzini para a área estão: a atenção adequada ao trabalhador no momento da consulta; o aprofundamento nos fatores sociais determinantes para o surgimento das doenças; a prática da anamnese ocupacional; a classificação das patologias segundo a natureza do trabalho; e a defesa da adequação das condições e ambientes do trabalho às características e necessidades dos trabalhadores.
O médico italiano morreu no dia 5 de novembro de 1714, ao vestir a beca para iniciar mais uma aula. Ele desmaiou e ficou inconsciente, falecendo logo depois. Ramazzini foi enterrado em um túmulo anônimo, em uma das igrejas de Pádua, cidade onde morou por 14 anos.
Mais sobre Ramazzini
O Jornal da ANAMT de março traz uma matéria especial sobre o Mestre que impulsionou o interesse pela Medicina do Trabalho. Baixe os aplicativos da publicação para sistema iOS e Android aqui e aqui, respectivamente, e tenha acesso ao material.