Data: 9 de fevereiro
Uma operação sigilosa desencadeada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na manhã de sexta-feira (07) resultou na libertação de três pessoas no distrito umuaramense de Lovat. Conforme a PRF os homens eram mantidos em regime semelhante ao de escravidão numa propriedade rural da região. A ocorrência foi encaminhada à Polícia Federal (PF) de Guaíra, que apura o caso.
De acordo com a PRF, a operação motivada por meio da Procuradoria do Trabalho no município de Umuarama, começou por volta das cinco da manhã quando pelo menos quatro equipes da polícia e representantes do MPT se deslocaram até Lovat, onde, conforme investigações, trabalhadores rurais eram mantidos em sistema parecido com o escravocrata.
Três homens recebiam cerca de R$ 4 por dia trabalhado, porém, o patrão cobrava alimentação, hospedagem e outras despesas bem superiores ao valor pago, fazendo com os trabalhadores contraíssem dívidas que nunca conseguiram pagar.
Segundo a PRF os trabalhadores – um brasileiro e dois paraguaios – viviam em condições degradantes, com alojamento precário, ausência de água potável, alimentação inadequada e desrespeito às normas de segurança no trabalho.
Em nota, a PRF afirmou que “os trabalhadores eram submetidos ao regime de servidão por dívidas, que ocorre quando são descontadas dos trabalhadores despesas com valores superiores ao da remuneração recebida como passagens, alimentação e alojamento, gerando uma dívida com o empregador que os impedia de se ausentar do alojamento até que este débito fosse quitado”.
Foram mobilizados agentes da lei e policiais de Guaíra, Foz do Iguaçu e Londrina para libertar os trabalhadores. As investigações começaram no último domingo (02), quando os policiais rodoviários federais abordaram um paraguaio que seguia a pé pela Ponte Ayrton Senna, em Guaíra.
Durante a entrevista com o homem as equipes descobriram que ele havia fugido de uma fazenda onde cortava lenha, na região de Umuarama.
A partir disso, foi realizado levantamento dos locais onde esses trabalhadores trabalhariam e onde seriam alojados. Todas essas informações foram encaminhadas à Procuradoria do Trabalho em Umuarama, e o Procurador do Trabalho responsável pelo caso, solicitou o apoio da Polícia rodoviária Federal (PRF) para a realização de fiscalização nestes locais.
O proprietário da fazenda e “empregador” dos homens foi localizado e encaminhado até a sede do MPT em Umuarama. Segundo a nota houve uma audiência de conciliação entre as partes para que os débitos fossem quitados junto aos homens.
A documentação referente aos procedimentos realizados será encaminhada à Polícia Federal de Guaíra para apuração criminal dos fatos. Todos os trabalhadores estrangeiros foram libertados e encaminhados ao consulado do Paraguai em Guaíra para os trâmites de praxe.
Fonte: Revista Proteção