Data: 5 de janeiro
Os frentistas convivem diariamente com um inimigo. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), a exposição diária a solventes exalados pela gasolina pode provocar danos neurológicos.
Para a coordenadora do Centro de Informações Toxicológicas do Amazonas (CIT / AM), Amanda Mamed, o problema tem que ser avaliado de forma mais rigorosa, contudo, é relevante ressaltar a importância da prática sobre as ações de controle da insalubridade.
Os trabalhadores estão expostos a riscos provocados pelo contato com hidrocarbonetos aromáticos por meio dos combustíveis e óleos lubrificantes comercializados em postos e serviços. “Nesses ambientes é possível identificar o contato durante a atividade de abastecimento de veículos e outras atividades, como troca de óleo e lubrificação, por exemplo”, explica a coordenadora. No entanto, no Amazonas, durante o ano de 2013, não foi registrado nenhum caso de intoxicação de funcionários pelo CIT/AM.
A técnica em segurança do trabalho Kelly Marques afirma que todo agente químico pode causar danos à saúde. é necessário que a empresa faça o laudo de insalubridade para verificar a quantidade inalada e realizar a capacitação dos funcionários de acordo com a função exercida.
“A inalação diária desses agentes químicos afeta diretamente as vias respiratórias e, por conseguinte, os demais órgãos”, diz a coordenadora.
Entretanto, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lubrificantes, álcoois e Gás Natural do Estado do Amazonas (Sindcam), Luiz Felipe Moura Pinto, afirma que as informações da pesquisa ainda não foram comprovadas.
Diante da gravidade do problema, que é de difícil diagnóstico, o presidente relata que a entidade, juntamente com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tem estudos sobre a ação do benzeno na vida dos trabalhadores em postos de combustíveis do Estado.
“Os níveis de benzeno nos combustíveis causaria dano somente se a pessoa ficasse cheirando diretamente do tanque. Outro ponto importante para ser avaliado é que os frentistas trabalham em ambiente aberto”, enfatiza Luiz Felipe.
O presidente da entidade explica ainda que os frentistas amazonenses hoje possuem um piso salarial de R$ 750 e recebem ainda um adicional de 30% de periculosidade.
Entretanto, de acordo com a coordenadora Amanda Mamed, a pesquisa serve como alerta para a população, sobretudo, os trabalhadores e para as autoridades, que devem reavaliar as políticas públicas hoje existentes no país.
Fonte: Revista Proteção