Fundacentro recebe visitas de ícones da SST

Fundacentro recebe visitas de ícones da SST

Data: 30 de dezembro

O mês de dezembro, na Fundacentro, foi marcado pela presença de duas pessoas que são referências para a Segurança e Saúde no Trabalho – SST e fizeram parte da história da instituição. O médico do trabalho e ex-presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho – Anamt, René Mendes, e o engenheiro de segurança do trabalho e presidente da Organização Brasileira de Segurança, Saúde e Higiene do Trabalho e Meio Ambiente – Obesst, Leonídio Ribeiro, deram entrevistas aos membros do Grupo de Resgate Histórico – GRH.

Nos dias das entrevistas, 4 e 18 de dezembro, respectivamente, eles foram recebidos pela presidenta da Fundacentro, Maria Amelia Reis, que destacou a importância de se resgatar a história da instituição. “Vamos resgatar a história porque o resgate da história é o resgate da identidade da Fundacentro”, afirma a presidenta.

A coleta de depoimentos de pessoas que trabalharam no início da Fundacentro permite que se recupere a história da instituição. Os relatos complementam as pesquisas realizadas nos documentos da época, como relatórios de atividades, atas do Conselho e exemplares do Boletim Informativo da Fundação. Parte do trabalho realizado pelo grupo já pode ser consultada no site temático Resgate Histórico.

História

René Mendes começou a trabalhar na Fundacentro em 02/05/1972 como estagiário e chegou a assumir o posto de diretor técnico em 1975. Esteve na instituição até fevereiro de 1976. “Minha história na Fundacentro é minha história de amor com a medicina do trabalho”, define o médico.

Um dos destaques da época foi o Ambulatório de Moléstias Profissionais, que funcionou de 1972 a 1976, na Vila Clementino, fruto de um convênio entre a Fundacentro e a então Escola Paulista de Medicina. Nele realizava-se o atendimento aos trabalhadores adoecidos e se fazia a anamnese profissional, além de ser uma referência aos estudos das doenças profissionais, como as dermatoses e pneumoconioses ocupacionais.

Na época, já havia a visão de se formar uma equipe qualificada para atuar na Fundacentro. Para tanto, foram realizados convênios com a Faculdade de Saúde Pública da USP e outros que possibilitaram formações internacionais por meio de bolsa de estudos. “Nossa aposta foi fazer da Fundacentro uma grande instituição com o investimento em pessoas. A formação de pessoas é chave para uma instituição como a Fundacentro”, avalia René Mendes.

Para o médico, o maior desafio para a instituição foi liderar a formação de profissionais na área de SST nos anos 70. Essa ação também foi destacada pelo engenheiro Leonídio Ribeiro, que participou da elaboração de currículos para os cursos de segurança, higiene e medicina do trabalho em 1972.

Nesse ano, a Portaria nº 3.236 de 27 de julho instituiu o Programa Nacional de Valorização do Trabalhador – PNVT, e a Portaria nº 3.237, criou o serviço especializado em segurança, higiene e medicina do trabalho. A Fundacentro ganhou a atribuição de formar, durante os anos de 1973 e 1974, cerca de 14.000 profissionais. Para tanto, planejou a execução de um programa de formação e especialização de engenheiros de segurança e médicos do trabalho, auxiliares técnicos de nível médio e universitário. Assim coordenou e executou cursos por meio de convênios com universidades, faculdades, escolas e entidades especializadas em vários estados.

Leonídio Ribeiro, que entrou para a Fundacentro em 30/08/1969, para atuar como assessor técnico da Superintendência, ajudou a reestruturar a área de educação da instituição. Mesmo antes da Portaria 3236 e 3237, ele recorda a criação de um curso modelo para supervisor de segurança do trabalho. Os relatórios da época apontam a realização de um curso para formação de técnicos de investigação de acidentes para o INPS em 1970 e o primeiro curso de inspetor de segurança entre 5 e 30 de junho de 1972.

O engenheiro também participou ativamente da construção das apostilas para a formação dos primeiros especialistas na área de SST, o que era meta do PNVT. Para ele, o trabalho da instituição foi fundamental. “Sem a Fundacentro, com toda sinceridade, nós não existiríamos”, afirma emocionado Leonídio.

As participações nos Congressos Nacionais de Prevenção de Acidentes do Trabalho – Conpats também são lembradas com carinho pelo engenheiro, que costumava apresentar trabalhos. Leonídio Ribeiro também chegou a chefiar a Divisão de Segurança da Fundacentro, entre os anos de 1972 e 1974.

Fonte: Fundacentro

Por |2014-01-02T00:00:00-02:002 de janeiro de 2014|Notícias|