Data: 23 de julho
Cerca de 60% dos 15 mil pedreiros que atuam no sul de Minas não usam o Equipamento de Proteção Individual (EPI), conforme números do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Construção e Mobiliário da região. No dia 18 de julho, um pedreiro de 55 anos morreu em Poços de Caldas depois de cair de um andaime de seis metros de altura, em uma construção. Ele não usava equipamentos de proteção.
De acordo com o diretor do sindicato do setor, José Natalício de Oliveira, a ausência de EPIs é uma prática comum, tanto no mercado informal da construção civil quanto em algumas empreiteiras. Na região, pelo menos 9 mil trabalhadores atuam sem respeitar a determinação do uso dos equipamentos de proteção.
“A questão do uso dos equipamentos é bastante difundida, tanto que falamos sobre isso em toda oportunidade que temos e destacamos essa importância aos trabalhadores, mas muitos negligenciam isso e tem também a parte dos empreiteiros, que deixam de investir na segurança para ter um lucro maior em outras áreas”,pontuou o diretor do sindicato.
Oliveira acredita também que a maioria dos acidentes acontece em obras onde os trabalhadores atuam por conta própria. “O número de ocorrências é maior em obras que não tem grandes construtoras”,acrescentou.
A afirmação dele é completada pela situação do pedreiro Pedro Teixeira. Mesmo com o conhecimento da obrigatoriedade dos EPIs, ele afirma que deixa de lado a proteção. “Eu sei que tenho que usar, mas trabalho todos os dias e não uso tanto”,disse.
Questionado, o Ministério do Trabalho destaca que a fiscalização em obras pequenas é mais difícil, já que o trabalho é informal e muitos pedreiros negam a importância do uso dos equipamentos de segurança. “O que notamos é que em muitos casos não existe vínculo de trabalho entre o profissional e o dono da obra, isso dificulta aplicar o uso dos EPIs”,pontuou o gerente regional do Ministério do Trabalho, Altair Júnior Barbosa.
Ainda de acordo com ele, com a falta de vínculo empregatício, em casos de acidentes cabe uma ação civil na Justiça, mas a orientação é de que os artigos de segurança sejam sempre utilizados. “é imprescindível que, mesmo sem vínculo empregatício, exista um contrato entre as partes. Um acidente é sempre muito pesaroso, seja para a família, seja para os funcionários ou para a empreiteira. Por isso nunca é demais recomendar o uso dos EPIs”,disse.
Fonte: Revista Proteção