Data: 13 de maio
Uma iniciativa conjunta do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil e da Organização Pan- Americana de Saúde (OPAS), com o Ministério da Saúde deverá resultar na construção de uma agenda de Trabalho Decente para os servidores do Sistema único de Saúde (SUS).
O anúncio foi feito pela Diretora do Escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo, durante a abertura do XV Congresso da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), em São Paulo. Ela reforçou o entendimento da OIT de que “são necessários esforços concertados em nível nacional e internacional para aumentar a sensibilização em torno do problema das doenças profissionais e resolver, de uma vez por todas, os déficits de trabalho decente que estão na sua origem”.
A Diretora do Escritório da OIT no Brasil lembrou a celebração do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, 28 de abril, quando a OIT pediu uma “urgente e vigorosa” ação global para combater o crescente número de doenças relacionadas ao trabalho, que causam cerca de 2 milhões de mortes por ano. Embora as doenças profissionais causem um número de mortes seis vezes maior do que os acidentes laborais, estes últimos recebem maior atenção, no entendimento da OIT. As doenças profissionais representam um enorme custo – para os trabalhadores, trabalhadoras e suas famílias, bem como para o desenvolvimento econômico e social.
As estimativas mais recentes da OIT indicam que a ocorrência de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais resultam em uma perda de 4% do Produto Interno Bruto mundial em custos diretos e indiretos por lesões e doenças. Isso equivale a 2,8 trilhões de dólares por ano.
As mudanças tecnológicas e sociais, juntamente com as condições econômicas globais, estão agravando os riscos de saúde existentes e criando novos riscos. Milhões de trabalhadores e trabalhadoras estão expostos a condições de trabalho insalubres e perigosas, sem recurso a qualquer sistema de proteção. “A proteção do direito de todos os trabalhadores e trabalhadoras a um ambiente seguro e saudável, que respeite a dignidade humana e a dignidade do trabalho, é parte integrante do conceito de trabalho decente e de um enfoque de inclusão e equidade social”, disse Laís Abramo.
E concluiu: “O estabelecimento de uma cultura preventiva de segurança e saúde no trabalho exige, mais do que nunca, o diálogo social e a troca de experiências bem sucedidas, assim como o trabalho especializado de pesquisa e diagnóstico em torno do tema, e a dedicação dos profissionais da área de saúde”.
Fonte: OIT