Região Sul é única a registrar redução nos acidentes de trabalho

Região Sul é única a registrar redução nos acidentes de trabalho

Data: 17 de abril

Os três estados do Sul do Brasil são responsáveis por em torno de 21% da economia industrial do país. Em 2011, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná responderam pela maior geração de empregos registrados na indústria de transformação. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foram criados 58.674 novos empregos no segmento industrial. Ao todo, o Sul gerou 330.685 postos de trabalho, o que significa que o segmento respondeu por 17,74% dos empregos oferecidos pelo mercado de trabalho.

O que surpreende é o fato de que ao mesmo tempo em que o setor propiciou um aumento em sua mão de obra, apresentou uma queda no percentual de acidentes. O Sul foi a única região brasileira a registrar uma redução no número de acidentes de trabalho entre 2010 e 2011. De acordo com dados da Previdência Social, a região teve 153.329 acidentes laborais em 2011, número 3,2% menor do que o registrado no ano anterior, quando foram computados 158.486 acidentes.

A redução ocorreu nos três Estados do Sul, sendo que Paraná e Santa Catarina apresentaram o mesmo percentual de queda, 3,8%. Os paranaenses registraram 52.075 acidentes laborais em 2010 e 50.046 em 2011, enquanto os catarinenses tiveram registro de 47.754 acidentes em 2010 e 45.930 em 2011. Já os gaúchos sofreram 58.657 acidentes em 2010, e 57.353 em 2011, o que representa uma redução de 2,2% na proporção de acidentes registrados.

Região Sul aumentou número de mortes em acidentes de trabalho

Ao mesmo tempo em que exibe uma redução considerável no número de ocorrências de acidentes, a região Sul apresentou aumento relevante de acidentes fatais – foram 560 mortes relacionadas ao trabalho em 2011, o que mostra um crescimento de 10,9%, já que em 2010, foram comunicados 505 óbitos.

Os paranaenses foram os mais vitimados pelos acidentes fatais em 2011, respondendo por 39,5% das mortes no trabalho. No entanto, mesmo tendo 221 óbitos, o estado não teve o maior aumento de mortes entre 2010 e 2011. Coube ao Rio Grande do Sul esta posição, que teve acréscimo de 11,8% nos registros de acidentes fatais (de 153 acidentes fatais em 2010, passou para 171 em 2011), enquanto o Paraná teve uma elevação de 11% (houve a notificação de 199 óbitos em 2010, com 221 em 2011).

Santa Catarina foi o estado do Sul do Brasil que registrou o menor percentual de crescimento do número de mortes em acidentes de trabalho – foram 168 mortes em 2011, quando em 2010 foram registradas 153 mortes.

RS lidera ranking de doenças laborais

Analisando os dados dos 22 anos em que o Ministério da Previdência levanta as informações sobre acidentes de trabalho no país, percebe-se que o Rio Grande do Sul tem apresentado nestes últimos 22 anos uma média de doenças laborais quase 50% maior do que os demais estados do Sul. Enquanto que Santa Catarina e Paraná possuem uma média de adoecimento anual de 899 e 890, respectivamente, os gaúchos sofrem com a média de 1.868 registros de doenças do trabalho.

Em 2011, os três estados apresentaram redução em seus registros de adoecimento laboral. Mas o Rio Grande do Sul foi o que obteve a menor queda em 2011, em relação a 2010: 4,8% (de 1.359 registros de doenças, contabilizou 1.293 em 2011). Tanto Paraná, com 42,6%, quanto Santa Catarina, com 32,5%, tiveram reduções percentuais mais representativas no registro de adoecimentos no período.

Os números do Brasil

Entre 2010 e 2011 houve um aumento de 4,7% no número de registros de acidentes fatais relacionados ao ambiente de trabalho. Em 2011 um total de 2.884 trabalhadores perderam suas vidas durante o exercício de suas atividades profissionais, enquanto que em 2010 foram registrados 2.753 mortes no trabalho. O relatório do MPS também aponta um leve aumento no número de acidentes de trabalho. No último ano foram notificados 711.164 acidentes laborais, enquanto que em 2010 foram contabilizados 709.474 registros no ambiente de trabalho, o que representa uma elevação de 0,2% no percentual de acidentes de trabalho.

Os acidentes de trajeto foram responsáveis por grande parte deste crescimento da acidentalidade no trabalho, tendo respondido por 14% dos acidentes notificados no último ano. Foram 100.230 acidentes de trajeto em 2011 contra 95.321 em 2010, o que representa incremento de 5,1%.

Por outro lado, a exemplo do que já havia ocorrido em 2010, as notificações sem CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) diminuíram em 2011. O número de registros pela sistemática do NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário) no último ano foi 3,9% menor do que o contabilizado em 2010. Passou de 179.681 registros para 172.684 em 2011. Ao todo, a identificação de acidentes e doenças do trabalho por relação entre a lesão ou agravo e a atividade desenvolvida pelo trabalhador (sem CAT) corresponde a 24,3% da acidentalidade no País.

O número de registros de doenças do trabalho também apresentou significativa redução de 2010 para 2011. O percentual de adoecimento ocupacional diminuiu 12,1% entre os dois últimos anos, passando de 17.177 para 15.083. Já as ocorrências típicas tiveram uma elevação de 1,4% (de 417.295 registros em 2010, passou para 423.167 no último ano).

Os estados do Norte do Brasil tiveram a maior elevação na incidência de acidentes laborais (4,4%) em 2011, passando de 29.765 (2010) para 31.084. O Sudeste ocupou o posto de região com a segunda maior elevação de acidentes laborais em 2011 (1,3%), passando de 382.216, contabilizado em 2010, para 387.142 no último ano.

Os trabalhadores entre 25 e 29 anos foram os que mais se acidentaram em 2011, Já o grupo de trabalhadores que engloba a faixa etária entre 30 e 34 anos teve um acréscimo de 1,8% no percentual de acidentalidade.

Atividades

O setor de serviços, com 341 mil notificações de acidentes de trabalho, e a Indústria, com 313.131 ocorrências, lideram o ranking dos setores que mais apresentaram acidentes de trabalho em 2011. As três atividades que registraram o maior número de acidentes integram o segmento de serviços (atendimento hospitalar, administração pública e o comércio varejista de mercadorias em geral) que, juntas, representaram 13,5% da acidentalidade registrada no país.

A construção apresentou o aumento mais significativo de registros de acidentalidade, em comparação aos dados de 2010. Houve um crescimento de 6,9% nas ocorrências registradas na área. Somente a construção de edifícios, classe que integra a seção construção, respondeu por 36,3% das ocorrências em 2011.

Mãos e punhos são as partes mais afetadas

Os trabalhadores dos setores de serviços e de funções transversais (operadores de robôs, de veículos operados e controlados remotamente, condutores de equipamento de elevação e movimentação de cargas, entre outros) continuam sendo os profissionais que registram a maior acidentalidade no país. Os empregados da área de serviços sofreram 8,9% mais acidentes em 2011 (80.911) do que em 2010 (74.281), enquanto que quem atua na área de funções transversais vivenciou um aumento de 2,9% (de 72.734 em 2010, passou para 74.877 em 2011).

As mãos e os punhos ainda são as partes do corpo mais afetadas em acidentes de trabalho no Brasil. Ferimentos do punho e da mão e fraturas ao nível do punho e da mão são responsáveis por 17,2% dos acidentes registrados em 2011: 72.043 contra os 50.473 registrados em 2010.

Fonte: Assessoria de imprensa

Por |2013-04-18T10:35:00-03:0018 de abril de 2013|Notícias|