Fundacentro e CTI debatem saúde mental

Fundacentro e CTI debatem saúde mental

Data: 01 de setembro

A Fundacentro e o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer – CTI, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, realizaram um evento conjunto no dia 19 de setembro, em Campinas. A “Manhã da Inovação” teve como tema “Trabalho e saúde mental: Impactos de fatores psicossociais na inovação”. A ação consolidou o início da parceria entre as instituições, com enfoque na sustentabilidade organizacional e na saúde e segurança do trabalhador.

A pesquisadora da Fundacentro e médica do trabalho, Maria Maeno, apresentou durante o evento os elementos adoecedores ligados ao ambiente de trabalho e as ações voltadas à saúde mental no âmbito dos ministérios da Saúde, do Trabalho, especialmente na Fundacentro, e na Previdência. Já Márcia Hespanhol, professora da PUC/Campinas, relatou algumas ações realizadas por empresas que não dão resultados.

“Não podemos fazer uma divisão estanque entre saúde física e mental”, afirma Maria Maeno. A médica explica que atividades perigosas, insalubres e penosas causam sofrimento psíquico. Outro problema é o trabalho fragmentado e repetitivo, que não possibilita o trabalho criativo.

Muitas estratégias utilizadas pelas empresas geram um ambiente de ansiedade e pressão. O sistema de participação em lucros e resultados estimula a trabalhar mais em um cenário de metas crescentes. A tecnologia contribui para o aumento do tempo real do trabalho. As avaliações de desempenho trazem, muitas vezes, “mensagens dúbias”.

Os programas de qualidade, por sua vez, focam no produto e criam um ambiente de tensão para o trabalhador devido às auditorias. O mundo do trabalho é marcado pela exigência de multifuncionalidade, flexibilidade, sobrecarga e intensificação do ritmo. “Isso tudo causa desgaste mental”, avalia Maeno.

Os transtornos psíquicos abrangem doenças como depressão, burnout e alcoolismo. Segundo a OMS, 154 milhões sofrem de depressão e 91 milhões com abuso de álcool. No Brasil, houve 212.500 benefícios totais por transtornos mentais e comportamentais no ano de 2011. Já o número de benefícios acidentários por esses tipos de adoecimento foi de 13.757.

“Diante da complexidade do processo de adoecimento mental, não podemos buscar respostas simplistas como programas motivacionais e ginástica laboral. Temos que mudar a organização do trabalho”, conclui a pesquisadora da Fundacentro.

Fonte: Fundacentro

Por |2012-10-02T09:32:12-03:002 de outubro de 2012|Notícias|