Amianto: “Mulheres e homens pagam com a vida devido à irresponsabilidade”,diz Dr. Zuher

Amianto: “Mulheres e homens pagam com a vida devido à irresponsabilidade”,diz Dr. Zuher

Data: 31 de agosto
Brasília

O Supremo Tribunal Federal (STF) promoveu, no dia 31 de agosto, a segunda etapa da audiência pública sobre a proibição do uso e transporte do amianto no Brasil. O debate foi convocado pelo ministro Marco Aurélio Mello, relator de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADin) contra a Lei 12.648/2007, que veta a comercialização do composto no estado de São Paulo.
Dr. Zuher Handar durante audiência sobre proibição do amianto no STFO diretor Científico da Anamt, Dr. Zuher Handar, foi a quarta autoridade a se apresentar no dia. Em sua explanação, ele destacou levantamento de 2008 da OIT estimando em mais de 2 milhões o número de trabalhadores que morreram naquele ano devido a doenças ocupacionais em todo o mundo. Deste total, 900 mil foram consequência da exposição a substâncias perigosas. No caso do amianto, altamente cancerígeno, foram contabilizadas 100 mil ocorrências.
“Mulheres e homens pagam com sua vida devido à irresponsabilidade, muitas vezes criminal, de diversos empregadores, que não lhes garantem ambiente seguro, saudável e sem riscos, conforme determinam muitas das convenções da OIT já ratificadas pelo Brasil”, protestou.

Dr. Zuher ressaltou ainda não existirem limites de tolerância suficientemente seguros para exposição ao amianto. Deste modo, concluiu, “a forma mais eficiente de eliminar doenças relacionadas ao mineral consiste em deter a utilização de todos os tipos da fibra”.

Injustiça global

O ex-presidente da Anamt Dr. René Mendes afirmou na sexta-feira, 24 de agosto, quando foi realizada a primeira rodada de discussões, que o Brasil se torna cúmplice de uma injustiça ambiental em escala global ao não decretar a proibição do amianto. Atualmente, o país ocupa a terceira posição na lista dos maiores produtores do composto.
“Lamentavelmente, o risco amianto crisotila vem sendo exportado para nações como índia, Indonésia, Tailândia, Malásia, Emirados árabes, Irã – entre outros – que, aliás, não se destacam nem pelo seu nível de equidade, nem por sua posição no ranking de respeito aos direitos humanos. Mera coincidência?”, questionou o especialista.
Por |2012-08-31T14:02:45-03:0031 de agosto de 2012|Notícias|