Mulheres dominam mercado de trabalho em SC

Mulheres dominam mercado de trabalho em SC

Um estudo do setor de Informação e Análise do Mercado de Trabalho, vinculado à Diretoria de Trabalho, Emprego e Renda da SST, indica que a população feminina em Santa Catarina é maioria, tem maior participação no mercado de trabalho e apresenta níveis de escolaridade melhores em relação aos homens. O detalhamento das informações consta na pesquisa “Gênero e trabalho em Santa Catarina – dados sobre os trabalhadores e trabalhadoras do estado catarinense”.

De 1992 a 2009, a taxa de participação feminina saiu de 52,2% para 59,2%, o que representa um crescimento de 7 pontos percentuais. Em contrapartida, a taxa de participação masculina decresceu em 4%, ao decair de 79,8% para 75,8%. Entre as variáveis que estariam mais fortemente associadas ao aumento da participação feminina no mercado de trabalho, entre outros fatores, estão a elevação da escolaridade feminina, a mudança no perfil demográfico relacionado à redução no número de filhos, a expectativa de uma maior autonomia por parte da mulher e uma maior necessidade ou disponibilidade em contribuir para a manutenção ou elevação da renda familiar.

Mercado de trabalho

A participação das mulheres no mercado de trabalho segundo os setores econômicos seguiu as linhas gerais antes traçadas. Praticamente em todos os 25 subsetores as mulheres tiveram taxa de crescimento superior ao dos homens, na comparação 2010/2011, exceção feita à indústria de produtos alimentícios e transportes e comunicações.

Cabe ressaltar que apesar da expansão feminina em todos os setores, não necessariamente as mulheres desempenham as mesmas funções dos homens. De modo geral, como resultado consolidado de 2011, as mulheres se concentraram, sobretudo nos setores de serviços, com 37%; somente no ramo de serviços de alojamento e alimentação, em 2011, mais de 13% das trabalhadoras formais estavam alocadas no setor.

A Indústria vem logo em seguida, com 33,2% das trabalhadoras catarinenses, destaque para a indústria têxtil (14,3%).

Salário

A diferença entre o rendimento médio mensal das mulheres e dos homens em Santa Catarina sofreu uma queda entre 1992 e 2009. No início da década de 1990, a diferença aumentou de 39,7% em 1992 para expressivos 48,2% no ano seguinte. A partir de então a diferença de rendimentos diminui e se manteve relativamente estável a partir de 1998 -com exceção do ano de 2003.

Dessa forma, em Santa Catarina se verifica uma elevada desigualdade no rendimento médio mensal, com as mulheres recebendo mais de um terço a menos do que os homens, valor superior ao verificado para o Brasil em 2009 (29,2%). Mesmo assim, os dados de 2009 revelam que a incidência de menores remunerações ainda recai mais sobre as mulheres, onde quase ¼ delas recebiam até um salário mínimo.

Apesar da expansão das mulheres catarinenses no mercado de trabalho formal, superando a taxa de crescimento do emprego masculino, a evolução do salário real de admissão entre 2010 e 2011 mostra uma persistência no diferencial de rendimento entre ossexos.

Em 2010, as mulheres catarinenses que entravam no mercado de trabalho ganhavam, em média, R$ 796,20 e, um ano depois, tal valor passou a R$ 819,68. Apesar do ganho real de 2,9%, a diferença em relação aos homens se ampliou, uma vez que os homens, que já tinham um patamar médio superior, tiveram um ganho real no intervalo de 3,8%.

Além disso, essa diferença se faz presente em termos regionais, uma vez que todas as mesorregiões do Estado apresentaram a mesma tendência, com exceção da região Oeste, onde o crescimento das mulheres (5,9%) foi superior ao dos homens.

Escolaridade

Em 2011, a maioria das ocupações celetistas geradas estava concentrada nos estratos superiores de escolaridade (ensino médio-ensino superior), o que mostra a manutenção de uma maior demanda por parte dos empregadores por mão-de-obra qualificada.

As mulheres notoriamente possuem maior participação relativa nesse segmento, tendência essa que se confirmou no período 2010/11. Pode-se afirmar que as mulheres apresentam não só uma maior inserção no mercado de trabalho, como também o fazem com um maior nível de escolaridade.

Por |2012-07-17T18:47:50-03:0017 de julho de 2012|Notícias|