ICOH 2012 – Fatores econômicos, trabalho e doenças crônicas

ICOH 2012 – Fatores econômicos, trabalho e doenças crônicas

Data: 22 de março

Palestrante: Jussi Vahtera (Finlandia)

Tema: Socioeconomic Factors, Work and Chronic Diseases

Doenças não transmissíveis são a maior causa de mortes no mundo. Mais de 36 milhões de pessoas morreram por doenças não transmissíveis em 2008, principalmente doenças cardiovasculares (48%), câncer (21%), doenças respiratórias crônicas (12%) e diabetes (3%). Mais de 9 milhões dessas mortes ocorreram antes dos 60 anos e poderia ter sido evitadas em grande parte. 

Estresse no trabalho é um problema de saúde pública nas sociedades modernas, contribuindo para uma gama de resultados relacionados à saúde, tais como redução da qualidade de vida, invalidez, doenças cardíacas, cérebro-vasculares (AVC) e depressão.

Os fatores de risco convencionais de AVC são o tabagismo, pressão arterial elevada, colesterol elevado no sangue e diabetes mellitus. Muitos outros fatores aumentam o risco de AVC, incluindo dieta pouco saudável, sedentarismo, obesidade, idade, sexo masculino, história familiar de início precoce da doença coronária e resistência à insulina. Outros fatores sugeridos incluem fatores socioeconômicos, condições de vida e de moradia, emprego e segurança no emprego, estresse psicossocial, e serviços de saúde.

De acordo com recentes estimativas da União Europeia, o estresse é citado como um fator relacionado com metade de todos os dias perdidos de trabalho e, portanto, representa um custo substancial em termos de sofrimento humano e de deficiente desempenho econômico.

Os dados observacionais sugerem um excesso de risco para doenças crônicas, incluindo doença coronariana e transtornos mentais comuns, nos funcionários com estresse no trabalho. Esta opinião é corroborada por estudos que têm mostrado que o estresse no trabalho aumenta o risco das principais doenças crônicas, uma vez que as recessões que atingiram os países mais industrializados durante a década de 1990 têm acumulado evidências de riscos à saúde das pessoas envolvidas.

Por mais que sejam necessárias mais pesquisas para confirmar que a redução do estresse no trabalho levará a uma redução do risco de doença, esta possibilidade é reforçada por estudos realizados sobre os efeitos na saúde da remoção de todo o stress do trabalho. Recentemente, foi demonstrado que o ônus da falta de saúde, em termos de problemas de saúde percebidos, fadiga e depressão, são substancialmente aliviados por aposentadoria. Esta melhoria foi encontrada em homens e mulheres, e entre os diversos graus profissionais.

Pesando as evidências atuais, parece que a ocupação, ou pelo menos alguns dos seus componentes, podem contribuir para os níveis de saúde. Como têm ocorrido mudanças na economia mundial, as implicações das condições estressantes no trabalho será uma questão importante.

Por |2012-03-23T13:40:41-03:0023 de março de 2012|Notícias|