Data: 16/11/2011
Duas conferências com especialistas brasileiras iniciaram o X Fórum Presença Anamt. A diretora do escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo, destacou o cenário nacional e seus desafios em palestra sobre “As Tendências do Trabalho e do Emprego e a Necessidade de Políticas Sociais com vista a um Trabalho Digno e Decente”.
“O conceito de trabalho decente foi formalizado pela OIT em 1999, e constitui um emprego de qualidade e um trabalho seguro e saudável. Caso não o seja, não é decente”, explicou diretora.
Ela lembrou que o Brasil firmou o compromisso com o trabalho decente em 2003: “Desde então, mais mulheres estão empregadas na área de saúde e segurança do trabalho, e o país está caminhando para a erradicação do trabalho informal.”
A segunda conferência foi ministrada pela pós-doutora em Saúde do Trabalhador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Elizabeth Dias. A especialista abordou o tema “Fatores Psicossociais e a Atenção Integral à Saúde do Trabalhador”, lembrando que “as transformações alteram os perfis dos riscos gerados, dos profissionais e do trabalho, e, consequentemente, o das doenças laborais”.
Elizabeth afirmou que nunca se trabalhou tanto, e que essa intensificação tem impacto direto na precariedade do trabalho e na vulnerabilidade dos empregados. “Hoje em dia, os trabalhadores têm alta demanda e exigência, mas pouca autonomia”, afirmou.
Para ela, o médico do trabalho deve reconhecer os sintomas e identificar a doença do profissional. “Temos a cultura de desqualificar o trabalhador, além de o conhecimento estar pouco sedimentado. Precisamos ter solidariedade, compaixão, reconhecer e conhecer o problema, além de ter empatia”, finalizou.