A perigosa combinação entre trabalho e estresse

A perigosa combinação entre trabalho e estresse

Data: 03/10/2011

Pesquisas da International Stress Management Association (Isma) revelam um dado alarmante: 78% dos profissionais brasileiros sentem-se angustiados com relação ao trabalho. Realizadas nos últimos 5 anos, elas apresentam outros dados: 82% dos pesquisados apresentavam traços de ansiedade em diversos graus; 52% têm momentos de agressividade em casa por conta do estresse na empresa; e 32% têm problemas gastrointestinais.

A respeitada associação, sem fins lucrativos, é a única com caráter internacional voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento de estresse no mundo. As pesquisas tinham como alvo traçar perfis do estresse dos trabalhadores, mas basta analisar o dia a dia dos profissionais para prever os resultados. Os principais motivos do estresse são os desafios e a pressão sobre os profissionais, a má remuneração e as condições precárias de trabalho.

O médico Carlos Reinaldo de Souza, especialista em Medicina do Trabalho, confirma: casos de estresse no trabalho são muito comuns: “O estresse é subestimado nos programas de capacitação e desenvolvimento de pessoal, principalmente em pequenas e médias empresas. Ele aparece em variados sinais e sintomas, e é rotulado sob diversos diagnósticos, deixando ocultas as causas básicas.”

áreas mais afetadas
As áreas ligadas à economia e às finanças, destacando-se os bancos e o comércio, têm os trabalhadores mais estressados. Setores de transporte, com ênfase nos motoristas de ônibus urbanos; e as atividades ligadas à segurança pública, especialmente nas Polícias Militar e Civil, também estão entre as mais estressantes. “Entre as profissões liberais, a medicina ocupa lugar de destaque, ao lado do magistério”, completa Souza.

Doenças e transtornos psiquiátricos
O estresse pode evoluir para uma doença psiquiátrica, o que agrava outras enfermidades, especialmente as cardiovasculares, digestivas e neuroendócrinas. Assim, hipertensão arterial, doença arterial coronariana e cerebral, e úlcera péptica, entre outras, se tornam piores ou de difícil controle, caso o paciente viva sob constante estresse.

O médico pontua: “Na verdade, o estresse não é uma doença, mas um estado de enfrentamento de situações críticas ou grandes desafios que exigem respostas imediatas, como o cumprimento de metas ambiciosas em curtos prazos. é o chamado modelo competitivo, onde cada um é obrigado a alcançar resultados cada vez mais desafiadores, portanto mais difíceis, e, às vezes, até impossíveis de serem conquistados.”

O psiquiatra Antônio César Abrantes Machado explica que, como consequência, podem surgir sintomas “como uma leve insônia até uma loucura desvairada, como vontade de sair por aí atirando”.

Fonte: Jornal Correio da Cidade

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