Químicos querem erradicar assédio moral e contaminações no trabalho

Químicos querem erradicar assédio moral e contaminações no trabalho

Data: 29/09/2011

Ambientes de trabalho perigosos e hostis: é assim que Remígio Todeschini, diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional (DPSO) do Ministério da Previdência Social, define os locais onde ficam os profissionais do setor químico. Além das recorrentes contaminações no período de trabalho, os trabalhadores também sofrem de doenças psciológicas.

“é preciso superar o trabalho insalubre, de condições excruciantes. O trabalho precisa ser feito com pluralidade e com estabilidade e igualdade, em espaços saudáveis”, pontuou Todeschini. A declaração ocorreu na conferência internacional “A Indústria Química em 2020, um novo rumo é possível”, realizada no dia 28 de setembro pelo Sindicato dos Químicos do ABC.

Uma das grandes lutas da categoria é erradicar os casos de contaminação e de assédio moral. Na década de 1980, três casos emblemáticos delinearam as reivindicações, com mobilização, greve e conquista de algumas melhorias nas fabricas. No Ferro Enamel, indústrias Matarazzo e Eletrocloro houve graves casos de contaminação por chumbo, benzeno e mercúrio. A exposição de seres humanos aos contaminantes presentes no local da fábrica é debatida há anos, e os casos ainda circulam na Justiça.

Olhando para o futuro, Todeschini acredita que é possível reduzir as incidências até sua erradicação por meio da inovação tecnológica – e, consequentemente, a discussão sustentável da nanoquímica – e da qualificação da mão de obra de operários e dirigentes sindicais, para que se evite também assédio moral e transtornos comportamentais. “Temos que evoluir com harmonia nestes dois pontos”, reforçou. A capacitação dos funcionários deveria, segundo ele, ser oferecido com maior alcance pelo “Sistema S” (Senai, Sesi, Senac, Sebrae).

Insegurança constante
Nilton Freitas, assessor do Sindicato dos Químicos do ABC, reiterou a condição do trabalhador: “Trabalho ruim dá mais sensação de perda e sofrimento do que de produtividade e realização.”

Fatores externos como a globalização, crise econômica e guerra fiscal foram apontadas como alguns dos motivos de agitação e insegurança do trabalhador industrial, que teme pela desindustrialização agravada pela falta de competitividade e concentração de empregos no exterior. “Queremos apoiar medidas que protejam o emprego”, disse.

Fonte: Rede Brasil Atual

Por |2011-09-29T15:01:33-03:0029 de setembro de 2011|Notícias|