Data: 26/09/2011
Tecnologias e inovação produtiva são duas palavras de ordem no Plano Plurianual (PPA) 2012-2015, mas essas mudanças não estão associadas à garantia de boas condições e relações de trabalho. Ricardo Antunes, sociólogo e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e José Fernandes Ruiz Maturana, procurador, chegaram a tal conclusão após a análise de casos de trabalhadores que sofrem disto de empresas de alto grau tecnológico.
Para os especialistas, a tecnologia não agrega saúde à rotina do trabalhador. “Não é verdade que o incremento tecnológico traz melhores condições de trabalho. Frequentemente ele intensifica, frequentemente ele precariza. A tecnologia introduzida no mundo produtivo e de serviços visa ao aumento de produtividade e acaba tendo uma tendencialidade para ou desempregar ou intensificar ou precarizar [o trabalho]”, diz Antunes. E Maturana completa: “A tecnologia está aí para desenvolver o aspecto econômico da atividade. Nós não estamos tendo uma tecnologia sendo desenvolvida para a melhoria da saúde e a segurança do trabalho ou para o conforto do trabalhador”.
O resultado da comparação do número de inquéritos de janeiro e setembro de 2010 e do mesmo período de 2011, feito pela Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª; Região – responsável por 599 municípios de São Paulo – assusta. Os dados apontam que a maioria dos inquéritos sobre condições de trabalho contra empresas está em Campinas e no Vale do Paraíba, onde está a maior concentração de empresas de tecnologia do país.
PPA
Enviado ao Congresso Nacional em agosto, o Plano Plurianual 2012-2015 fixa diretrizes e metas para despesas de capital e de duração continuada. O plano é um dos principais eixos das políticas de redução de desigualdades sociais e de desenvolvimento produtivo. áreas como biotecnologia, eletrônica e tecnologia da informação serão as mais desenvolvidas.
Fonte: Agência Brasil