Acidentes em fábrica da Braskem em AL poderiam ter sido evitados

Acidentes em fábrica da Braskem em AL poderiam ter sido evitados

Data: 25/08/2011

O auditor fiscal do Trabalho de Alagoas Elton Costa afirmou nesta quinta-feira que os vazamentos de gás ocorridos em maio na fábrica da petroquímica Braskem em Maceió (AL) poderiam ter sido evitados. A declaração foi feita em audiência pública da subcomissão especial criada para avaliar as condições de saúde do trabalhador, que é vinculada à Comissão de Seguridade Social e Família.

No dia 21 de maio, houve um vazamento de cloro em indústria da Braskem na capital alagoana. Um funcionário e 129 moradores de bairros vizinhos foram intoxicados pelo gás. Dois dias depois, uma nova explosão deixou cinco funcionários feridos.

O diretor industrial de vinílicos da Braskem, álvaro de Almeida, explicou que as explosões foram causadas pelo acúmulo de uma quantidade imprevisível de uma substância conhecida como clorotricloramina. “Foi uma situação imprevisível, que nunca tinha acontecido na história da companhia ao longo dos 34 anos”, disse.

Segundo Elton Costa, porém, o aumento do composto inflamável poderia ter sido antecipado. Ele ressaltou que o equipamento responsável por degradar a clorotricloramina havia sido desativado dois dias antes.

Produtividade
O auditor fiscal levantou a suspeita de que a opção por desligar o equipamento tenha sido feita sob a pressão por mais produtividade, em detrimento da segurança e da saúde do trabalhador.

álvaro de Almeida, por sua vez, sustentou que há equívocos na interpretação do Ministério Público (que solicitou o fechamento da empresa por falta de segurança no trabalho) e defendeu que a Braskem não prioriza a produtividade em detrimento do bem-estar dos funcionários e do meio ambiente.

Medidas
O dirigente da Braskem salientou que a empresas adotou medidas para evitar que os acidentes ocorram novamente. Entre elas, está a paralisação automática da fábrica caso o equipamento responsável por eliminar a tricloramina fique mais de uma hora desativado.

O deputado Dr. Aluizio (PV-RJ), que solicitou o debate, disse que a subcomissão vai continuar acompanhando o caso. Médico, o parlamentar explicou que, ao ser inalado, o cloro pode provocar intoxicações respiratórias e oculares, e os danos podem ser irreversíveis. Segundo o representante da Braskem, todas as pessoas afetadas pelo acidente receberam atendimento hospitalar e já estão bem.

Amianto
Durante a audiência, também foi levantada a preocupação com o uso de amianto nos processos produtivos da Braskem. O perito em acidentes químicos álvaro Fernandes Sobrinho afirmou que os mecanismos de prevenção de câncer usados pela empresa não são satisfatórios.

O representante da Braskem garantiu que em toda a história da fábrica em Maceió nenhum funcionário desenvolveu problemas de saúde em decorrência do manuseio de amianto.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Por |2011-08-26T10:40:37-03:0026 de agosto de 2011|Notícias|