Trabalho escravo: operação liberta 31 em Santa Catarina

Trabalho escravo: operação liberta 31 em Santa Catarina

Data: 14/07/2011

Duas empresas que trabalham com a extração de erva-mate em Canoinhas foram multadas e 31 trabalhadores vítimas de trabalho escravo foram resgatados em uma operação conjunta entre o Ministério do Trabalho, Ministério Público e Polícia Federal, realizada nas últimas duas semanas. O nome das empresas não foi revelado. Os resgates foram feitos nas localidades de Paula Pereira e Alto do Frigorífico. De acordo com a coordenadora da fiscalização do trabalho rural em Santa Catarina, Lilian Rezende, os trabalhadores liberados atuavam em condições precárias.

Segundo Lilian, cinco trabalhadores, um deles de 15 anos, estavam alojados em um paiol. Os empregados retiravam água de um riacho e esquentavam em um fogareiro improvisado para tomar banho. As temperaturas médias na região na semana variaram entre 1ºC e 13ºC. O local, um galpão cedido pela dona da terra, tinha frestas e os colchões dos empregados eram colocados diretamente no chão.

Na outra situação, a equipe encontrou 26 trabalhadores trabalhando em uma propriedade rural sem registro e sem equipamentos de proteção. Não havia banheiros, água e nem local adequado para fazer as refeições. “A maioria eram pessoas da região, somente cinco trabalhadores foram efetivamente resgatados”, diz. Desses cinco, um era menor de idade. Eles estavam alojados em local improvisado, junto com agrotóxicos, em ambiente sem forro, com frestas e condições precárias de higiene.

As multas para as empresas que praticam esse tipo de irregularidade variam entre R$ 60 mil e R$ 100 mil, e dependem do número de empregados que são resgatados. Após a aplicação da multa, o empregador pode recorrer por meio de um processo administrativo.

Dificuldades para adequação à NR-31
O Sindicato das Indústrias do Mate de SC (Sindimate) emitiu nota ontem afirmando que o setor vem encontrando dificuldades para adequação à Norma Regulamentadora n° 31, que estabelece padrões de segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura. A maior delas se dá na mudança de hábitos dos trabalhadores rurais.

A nota diz ainda que “é importante destacar que os casos noticiados pela mídia nas últimas semanas são isolados, pois grande parte da atividade ervateira está buscando seguir as Orientações da NR-31.”

Fonte: Correio do Norte online

Por |2011-07-15T13:19:36-03:0015 de julho de 2011|Notícias|