Trabalhadores formais são os que mais sofrem assédio moral

Trabalhadores formais são os que mais sofrem assédio moral

Data: 23/06/2011

Os trabalhadores com carteira assinada são os que mais sofrem assédio moral em seus locais de trabalho, segundo estudo realizado pela médica do trabalho e pesquisadora da PUC/SP, Margarida Barreto. O grupo representa 40% dos entrevistados, em um universo de servidores públicos contratados através da Consolidação das Leis Trabalhistas (34%), estagiários e pessoas em experiência (4,5%), contratados por tempo de serviço (3,5%), temporários (1%) e outros (17%).

Um dos fatores determinantes é, segundo ela, a pressão por produtividade. A médica explica que, como os trabalhadores formais são os que representam mais custos para as empresas, sofrem mais assédio. Ainda de acordo com a pesquisa, 68% dos casos de assédio ocorrem em grandes empresas privadas, de caráter nacional ou internacional.

O sexo masculino é o que mais pratica o assédio em relação aos seus funcionários, com 46,5%, enquanto que as mulheres, na posição de chefia, chegam a 31%. Os entrevistados também responderam que a atividade é contínua, ou seja, elas acontecem várias vezes por semana (68,3%). Apenas 19,5% disseram que a prática é realizada uma vez na semana e 12,2%, uma vez ao mês.

O assédio moral se caracteriza por atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, em que predominam as desqualificações e desmoralizações, constrangimentos e humilhações durante toda a jornada de trabalho, acarretando prejuízos práticos e emocionais para os trabalhadores e para a organização do trabalho.

As consequências à saúde do assediado variam do estado de ansiedade, angústia, transtornos leves que vão desde a tristeza, à depressão e à síndrome de burnout até à síndrome do pânico e até suicídio.

Como comprovar
A psicóloga Débora Miriam Raab Glina, integrante da Comissão Técnica de Saúde Mental e Trabalho da Anamt, ressalta que é possível comprovar o assédio mesmo se não existir transtorno mental ou psicossomático resultante. Para tal, o ideal é organizar um diário em ordem cronológica das situações de assédio e anexar e-mails, cartas, bilhetes, boletins de ocorrência, avaliações de desempenho, processos movidos contra o assediado, gravações e filmagens, entre outros.

“O assediado pode procurar ajuda nos centros de referência em saúde do trabalhador, nos sindicatos e no Ministério Público, por exemplo”, acrescenta a representante da Anamt.

*Com informações do jornal O Globo

Por |2011-06-27T14:21:13-03:0027 de junho de 2011|Notícias|