Fábrica em SC já registrou 2.168 afastamentos por mutilações e enfermidades em três anos

Fábrica em SC já registrou 2.168 afastamentos por mutilações e enfermidades em três anos

Data: 20/06/2011

Dois anos depois de anunciada a fusão entre Sadia e Perdigão, as duas maiores produtoras de carnes de aves e suínos do país — que resultou na BRF-Brasil Foods —, os funcionários da fábrica da Sadia localizada em Chapecó (SC) apontam as dificuldades em convencer a empresa a melhorar as condições de trabalho. Nos últimos três anos, foram registrados afastamentos de 2.158 trabalhadores dos 6.900 que atuam no local.

As causas foram mutilações e enfermidades causadas pelo ritmo frenético de produção: são abatidos nessa unidade cerca de cinco mil suínos e pelo menos 400 mil frangos e perus por dia. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados da cidade (Sitracarnes), o número de trabalhadoress afastados por doenças ou lesões ocupacionais é o maior entre todas as fábricas da companhia no país.

O Ministério Público de Trabalho (MPT) investigou o caso e assinou, em março deste ano, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual a Sadia foi condenada a pagar R$ 2 milhões em indenizações. Além disso, a empresa se comprometeu a rever a jornada de trabalho, com redução em 10%, por exemplo, no ritmo de produção nas áreas de desossa até 2013.

Até a chegada do MPT, os funcionários tinham de destroçar um frango sob água gelada a cada oito segundos na linha de produção. Se acordo com o Sitracarnes, a situação não melhorou muito, mas o sindicato conseguiu que os trabalhadores tenham cinco intervalos de oito minutos ao longo da jornada, que é de oito horas e 48 minutos por dia.

*Com informações do Jornal O Globo

Por |2011-06-20T11:28:19-03:0020 de junho de 2011|Notícias|