Mercado de segurança do trabalho cresce de 30% a 40% ao ano

Mercado de segurança do trabalho cresce de 30% a 40% ao ano

Data: 09/06/2011

A novidade da Resolução Normativa 12 (NR-12), que desde o início do ano regulamenta a segurança de máquinas e equipamentos nas empresas, aliada à percepção cada vez maior de que o retorno em qualidade compensa o investimento, tem redirecionado o mercado de segurança do trabalho no País. A tendência, apontada na 14ª; edição da Prevensul – Feira e Seminário de Saúde, Segurança do Trabalho e Emergência, que ocorre até amanhã no Centro de Eventos da PUCRS, é o redirecionamento de recursos para os equipamentos de proteção coletiva (EPCs) em detrimento do aparelhamento individual.

O setor tem apresentado crescimento de 30% a 40% ao ano. Isso porque, conforme o organizador do evento, Alexandre Gusmão, além da legislação, as empresas têm se dado conta da vantagem de se cortar o mal pela raiz. Na avaliação de Gusmão, os gastos em equipamentos individuais não têm sido compensatórios para as empresas, que gastam com um volume maior de aparelhos e ainda dependem da fiscalização do uso pelos funcionários.

O organizador da Prevensul observa que os equipamentos de proteção individual, que ainda são os mais expostos na feira por representarem um grande volume de inovações, devem ser o último nível de proteção. O ideal, para ele, é a eliminação do risco na fonte, criando barreiras entre o trabalhador e o possível acidente. Conforme Gusmão, ainda que os pavilhões sigam tomados pelos equipamentos de proteção individual (EPIs), o tema dos EPCs tem ganhado cada vez mais espaço principalmente nos seminários do evento e na procura das empresas por esse tipo de solução.

Antes da NR-12, as empresas do setor já vinham observando uma evolução acentuada. Somente na Automasafety, que realiza todo o processo de consultoria, montagem e instalação das novas tecnologias de segurança nas empresas, uma máquina por dia é implantada. O diretor da empresa Vladimir Kuse afirma que 2011 será o ápice para o setor de EPCs, ultrapassando os 40% de crescimento. “O mercado está aquecido e carente de informações, e tudo ainda é novidade”, comenta. A empresa tem expandido sua atuação, inclusive com a mudança para um parque fabril com 15 mil metros quadrados no distrito industrial de Alvorada, em função do aumento da demanda pelo setor em todo o País.

Conforme Kuse, os EPCs devem garantir a diminuição do índice de 15 mortes por dia no País por acidentes de trabalho e 120 mutilações, além dos R$ 52 bilhões gastos por ano com os incidentes. “A segurança não pode depender de procedimento nem do trabalhador, mas de equipamentos, instalação e treinamento eficientes. Tem que estar completamente seguro, independente da vontade do funcionário”, avalia.

As empresas têm se focado na adequação do maquinário antigo, com a instalação de aparelhamentos como sensores de segurança. O mercado ainda é composto de 80% de máquinas antigas. Por isso, empresas como a Automasafety e a Racisul Automação levam à feira essas adaptações. A Racisul, que desde o início do ano tem parceria com a japonesa Omron, se preocupou em expor as novidades em sensores, solução para uma das maiores preocupações das indústrias, a mutilação dos trabalhadores nas máquinas. Além das tradicionais cortinas de segurança, o mercado tem se aprimorado em scanners, que paralisam o equipamento caso o trabalhador ultrapasse a área de segurança. O scanner da Racisul mapeia uma área ainda maior que os usuais 180°, com 270° de diâmetro e três metros de comprimento.

Fonte: Jornal do Comércio

Por |2011-06-09T11:26:03-03:009 de junho de 2011|Notícias|