Data: 04/05/2011
A direção do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção no Estado da Bahia (Sintracom-BA) divulgou nota, nesta quarta (04), na qual manifesta sua preocupação e pesar com os acidentes do trabalho que vitimaram sete trabalhadores no Estado, em menos de uma semana. Três desses operários faleceram.
O primeiro acidente ocorreu na segunda-feira (02), dia seguinte às comemorações pelo Dia do Trabalhador. A cinta de lona que amarrava as vigas metálicas do obra Villa Privilege se partiu, fazendo com que os ferros despencassem de uma grua, atingindo três trabalhadores, funcionários da MCC Engenharia.
José Marcos Conceição dos Santos, 45 anos, pedreiro, e Sandro Nunes Santos, 29 anos, ajudante comum, morreram. Carlos Henrique Santos Alves sofreu ferimentos graves e encontra-se internado no Hospital Geral do Estado.
O Sintracom aponta que a obra não estava seguindo as normas de segurança, uma vez que a cinta que segurava os ferros eram de lona, material que com o tempo é danificado, e, além disso, a área onde a grua operava não era isolada, como deveria.
Outros dois acidentes aconteceram nesta terça-feira (03). Em Trobogy, na obra Residencial Vila Serena, trabalhadores cavavam uma valeta, quando a terra cedeu e soterrou os operários Adilson Lima Santos e Gabriel das Pombas, ambos de 28 anos. O primeiro foi medicado e liberado e o segundo, até o início da noite, continuava internado no Hospital Ernesto Simões. Em outra obra, no Horto Bela Vista, uma tábua despencou e atingiu um operário.
Os episódios somam-se ao do dia 28 de abril, no qual o eletricista Gilson da Silva Santos, 41 anos, sofreu uma descarga elétrica e morreu, quando executava serviço de linha viva, na Avenida Jorge Amado.
De acordo com o sindicato, se as normas de segurança fossem seguidas, com investimentos em equipamentos de segurança adequados e treinamento constante dos empregados pelas empresas, muitos acidentes não ocorreriam e muitas vidas seriam poupadas.
A construção civil é um dos setores onde mais ocorrem acidentes do trabalho no Brasil. O Sintracom-BA defende que o trabalho na construção volte a ser considerado uma atividade perigosa, como era até 1964. O Há dois projetos de lei, nº 6075/05, do deputado Vicentinho (PT-SP), e nº 1246/03, do deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) que pretendem resgatar esse direito.
“Esse direito foi retirado da categoria, embora todos saibam que a vida de um operário na construção é um exercício quase que diário de sobreviver aos riscos. As tragédias que se repetem com frequência, comprovam isso, ceifando as vidas de nossos companheiros e companheiras de trabalho e deixando muitas famílias na dor”, diz o sindicato.
José Ribeiro, presidente do Sintracom-BA, ressalta que os operários da construção “trabalham para viver e não para morrer. A categoria luta pelo reconhecimento do trabalho na construção como atividade perigosa, diz e cobra responsabilidade dos empresários com a vida e a saúde dos trabalhadores”.
Fonte: Site Vermelho