Data: 02/05/2011
Um mês antes do Carnaval, a grande festa popular sofreu um duro golpe no Rio de Janeiro/RJ. No início de fevereiro, um incêndio destruiu quatro barracões da Cidade do Samba, local onde ocorrem os preparativos para os desfiles. O fogo destruiu fantasias e carros alegóricos de três escolas de samba, mas não houve feridos graves e nem mortos.
Equipes do CBMERJ (Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro), com mais de 30 carros e 80 homens, combateram as chamas em meio ao risco de desabamento dos prédios. A perícia que apura as causas do incêndio foi realizada pelo Instituto de Criminalística Carlos éboli e não teve resultados finais divulgados até o fim de março.
Segundo o coronel Délio Néri e Silva, da DGST (Diretoria Geral de Serviços Técnicos) do CBMERJ, o complexo da Cidade do Samba possui dispositivos preventivos fixos (rede preventiva e rede de chuveiros automáticos – sprinklers) que foram plenamente utilizados pela corporação. Também diz que a brigada de incêndio teve importância ao orientar as guarnições e agilizar as manobras de água, demonstrando conhecimento dos dispositivos existentes.
No entanto, faz uma ressalva sobre o sistema dimensionado: talvez ele não tenha apresentado um rendimento esperado em razão de o projeto adotar parâmetros de pressão e vazão inferiores aos que hoje são exigidos, pois a edificação foi construída anteriormente à vigência das legislações atuais.
“Um novo projeto de segurança contra incêndio e pânico já tramita junto à corporação”, adianta Délio Neri. Os parâmetros exigidos serão pertinentes à NBR 13.792 (Proteção Contra Incêndio por Sistema de Chuveiros Automáticos), que prevê a utilização de bicos de sprinklers K 115, no mínimo.
O novo projeto deve utilizar ainda um sistema do tipo “dilúvio” (com pré-acionamento) nos pavimentos com pé-direito mais elevados. “Essa medida engloba, inclusive, os barracões não atingidos”, avisa. Também foi sugerida a adoção de isolamento entre os barracões por meio de paredes corta-fogo, visando, em caso de novos sinistros, que as chamas fiquem confinadas a uma única área.
Fonte: Revista Emergência