Mortes em obras do PAC não são registradas e estão acima dos padrões

Mortes em obras do PAC não são registradas e estão acima dos padrões

Data: 28/03/2011

Segundo levantamento feito pelo jornal O Globo em 21 grandes empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, já foram registradas 40 mortes de trabalhadores em acidentes ocorridos nos canteiros de obras desde 2008.

Em 2010 foram 22 mortes. Neste ano já foram seis, ocorridas nas usinas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia. Os acidentes fatais são causados principalmente por choques, soterramento e quedas.

Apesar das ocorrências, a maior parte das mortes não foi registrada nos bancos de dados de controles governamentais criados para acompanhar o PAC.

Em 2010 a taxa de mortalidade foi de 19,79 para cada cem mil empregados. O número é um pouco menor que a média registrada pelo ramo da construção civil, recordista nacional em mortes de funcionários: 23,8 por cem mil trabalhadores. Porém é mais que o dobro do registrado para o conjunto dos empregados do setor formal da economia: 9,49 por cem mil.

O índice é considerado altíssimo pelo Dr. Zuher Handar, diretor científico da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) e consultor para segurança e saúde da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil. “Nessas grandes obras de infraestrutura, independentemente de serem do PAC ou não, o governo precisa estar mais atento, não contratando empresas que deixem de ter mecanismos de prevenção”, disse Handar ao jornal O Globo.

Outro problema, de acordo com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, é a falta de qualificação e de treinamento dos funcionários do setor.

*Com informações do jornal O Globo – 26/03/2011

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