As queixas apresentadas por trabalhadores das indústrias têxtil e de calçados fizeram com que a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entregasse à Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Setor Têxtil, Vestuário, Couro e Calçados (Conaccovest) um relatório ergonômico. Com propostas de melhorias, o documento pretende, entre as muitas finalidades, reduzir a quantidade de afastamentos do trabalho.
Os trabalhadores dessas indústrias costumam sofrer de dores na coluna, braços, antebraços, pernas e ombros e fazem com que os improvisos sejam cada vez mais frequentes em cadeiras, bancadas de trabalho, encostos, sobretampos (suportes) e máquinas de costura de modo geral.
No relatório, composto por fotografias de situações inadequadas no ambiente de trabalho, há a proposta de um sobretampo a ser fixado na superfície da máquina que reduzirá de 40% a 60% a sobrecarga dos ombros, cotovelos e punhos. Para Ricardo Serrano, coordenador do relatório e ergonomista da Fundacentro, o empresário só tem a ganhar com essa adoção, que reduzirá o número de trabalhadores afastados.
Dados do Sindicato Patronal de Birigui (SP) revelam que, após a implementação de novo protótipo de máquina de costura e complementos, houve redução no número de afastamentos do trabalho. Somente na cidade de Birigui, existem 230 fábricas de calçados que produzem, anualmente, 65 milhões de pares de sapatos.
Desde novembro de 2008, o ergonomista da instituição Ricardo Serrano tem visitado indústrias nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Ceará, São Paulo e Espírito Santo. O relatório é um trabalho pioneiro no Brasil, por envolver completa remodelação nos ambientes e locais de trabalho.
Com informações da assessoria da Fundacentro