Data: 16 de setembro
Em Manaus, há centenas de estaleiros que seguem a orla da capital, desde o Tarumã até o Porto da Ceasa, sendo muitos clandestinos. Esses estabelecimentos são um perigo para as pessoas que moram nessas áreas e trabalhadores que operam com produtos altamente inflamáveis de forma precária e sem nenhum treinamento.
O PortalD24AM percorreu os estaleiros localizados nos bairros Compensa e Educandos, conversou com funcionários e constatou várias irregularidades.
O soldador da empresa Eram Estaleiro Rio Amazonas Frederico Guedes conta que já presenciou um acidente no local por falta de equipamento de proteção. “Sempre acontecem acidentes por aqui e o último queimou o rosto do nosso colega que trabalhava com gás de alta periculosidade”, disse.
Segundo ele, dos cerca de 400 trabalhadores da empresa, apenas 20 possuem carteira assinada. Faltam luvas e protetores auriculares para a segurança dos trabalhadores.
Trabalhando há dois anos na empresa São João Estaleiros, localizada próximo à Ponte Rio Negro, o soldador José Siqueira conta que além do trabalho avulso, os operários são obrigados a soldar peças a dez metros de altura sem cordas de proteção. “Não nos dão equipamento e acidentes são constantes na empresa”, afirmou.
O risco de explosão também existe na empresa, de acordo com José, por conta do material de má qualidade utilizado para soldar os ferros. “Como o material para soldar não tem qualidade, o risco de queda com o material tóxico só aumenta e com isso o risco de explosão é quase que diário por aqui”, disse.
A dona de casa Joventina da Silva, 42, moradora próxima aos estaleiros da Compensa, conta que a vigília dos vizinhos é constante em qualquer barulho que seja associado a explosões. “Quando escutamos algum barulho já pensamos nos soldadores e na nossa segurança, porque moramos ao lado dos estaleiros”, disse.
Fonte: PortalD24AM