I Simpósio Internacional da ANAMT: Fatores Psicossociais no Trabalho

Na segunda parte da programação do I ANAMT International Symposium on Occupational Health & Safety, Dr. Ricardo Turenko, diretor de Relações Internacionais da ANAMT, aborda os Fatores Psicossociais no Trabalho.

Ele explicou que os fatores abrangem aspectos físicos, de relacionamento, do trabalho propriamente dito e individuais. Entre os fatores inerentes do trabalho citados, estão carga e ritmo do trabalho, horário, ambiente, equipamentos em condições inadequadas, cultura organizacional, papéis da organização e relações interpessoais no trabalho. Para além disso, há aspectos como interface casa-trabalho

De acordo com dados europeus sobre o assunto, 25% dos europeus têm estresse, 20% têm síndrome de burnout e entre 60 a 90% das consultas médicas são relacionadas a estresse. Para além de transtornos mentais, ele pontuou que doenças musculoesqueléticas também podem ocorrer.

Entre os dados à saúde nesse cenário, estão ansiedade, depressão, insônia, e sintomas físicos, como dermatites, dores musculares, palpitações, distúrbios alimentares, além de aumento do consumo de álcool e drogas. Essas possibilidades, segundo, Dr. Turenko, podem ocorrer de acordo com a intensidade da exposição aos fatores de risco.

Para lidar com esse quadro, o especialista destacou a necessidade de capacitação dos profissionais e adoção de certificações sobre o assunto, como as ISOs 45001 e 45003 e a ABNT NBR ISO TR 12295. Ele ainda destacou que há outra ISO em tradução, a ISO 10075 – 1,2 e 3.

Nas empresas, adoção de políticas de prevenção, campanhas internas revisão de aspectos de liderança e treinamento desses líderes estão entre as medidas, assim como programas de saúde ocupacional voltados para o assunto. Ele enumerou benefícios dessa iniciativa, como aumento da produtividade, inovação, lucratividade e da imagem da empresa, além de queda do absenteísmo, dos conflitos laborais, dos custos de saúde e dos acidentes de trabalho.

No contexto dos desdobramentos da Covid-19, Dr. Ricardo Turenko explicou que as mudanças que a pandemia trouxe acelerou mudanças que ocorreriam em muito anos, o que pode trazer mais insegurança a trabalhadores que precisariam se capacitar para exercer novas funções em maior prazo, visto que a automação do trabalho pode excluir postos que existem atualmente.

Nessa circunstância, o médico do trabalho é auxiliar o trabalhador nesse sentido, assim como auxiliar no controle da saúde e segurança mesmo fora do ambiente físico da empresa, no caso de pessoas que exercem suas funções em teletrabalho.

Por |2021-10-02T16:19:40-03:002 de outubro de 2021|Eventos|