6 mil funcionários de ônibus no RJ estão afastados por traumas, diz sindicato

Assaltos em ônibus como o ocorrido nesta terça-feira (21) em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, se repetem quase 40 vezes por dia no estado, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Assim como os passageiros, muitos motoristas e cobradores também ficam traumatizados com os casos de violência, como mostrou o RJTV 1ª edição.

Segundo o sindicato que representa a categoria entre Niterói e Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, mais de 6 mil motoristas e cobradores estão afastados do trabalho por conta de traumas psicológicos decorrentes de situações violentas ocorridas no trabalho.

De acordo com o números do ISP, em 2015 aconteceram 7.805 roubos em coletivos. No ano passado, esse número saltou para 13.828 casos –um aumento de 77%. Na região de Niterói e São Gonçalo, os roubos a ônibus também aumentaram muito. De 802 para 1.275 ocorrências – um salto de 58,9% entre 2015 e 2016.

Motorista sinalizou para polícia durante assalto

O motorista do ônibus da linha 409 (Trindade-Niterói) que após anunciar o assalto chegou a fazer mais de 20 pessoas reféns. Aílton Tavares, de 43 anos, chegou ao fim quando ele parou no ponto localizado em frente ao Colégio Municipal Ernani Faria, no bairro Neves, em São Gonçalo. Ali, ele abriu a porta para John Lennon Silva Barbosa, 25 anos. Parecia ser apenas mais um passageiro – não era.

Pouco menos de 20 minutos depois, quando o coletivo já passava pela Rodovia do Contorno, Ailton deixou de ser condutor para se transformar em refém. O passageiro, agora, era um assaltante.

A tentativa de roubo do coletivo resultou em diversas pessoas pessoas temendo pela vida dentro do 409 – ônibus da viação ABC que faz a ligação entre o bairro gonçalense Trindade e o Centro de Niterói -, além da interdição da via e mais de uma hora de negociação entre o bandido e agentes das polícias Rodoviária Federal e Militar. No fim, ninguém saiu ferido, mas os momentos de tensão vão permanecer para sempre na memória do motorista, bem como todos os detalhes do crime.

“Quando chegamos na Contorno, logo depois do Estaleiro Aliança, ele anunciou o assalto. Estava muito nervoso, disse que queria os celulares e gritava para que eu desviasse o ônibus em direção à ponte. Queria ir para o Rio de qualquer jeito. Eu respondi que não poderia, que seria pior, que a ponte estava engarrafada”, relembrou Ailton, de pé em um dos corredores da 76ª DP (Niterói), onde prestou depoimento e o caso foi registrado.

(Fonte: G1)

Por |2017-03-28T16:13:54-03:0028 de março de 2017|Saúde no trabalho|