Palestra fala sobre os riscos no ambiente ocupacional e fora dele

Palestra fala sobre os riscos no ambiente ocupacional e fora dele

Data: 15 de abril

Em 3 de dezembro de 1984, em Bhopal, na índia, 40 toneladas de gases tóxicos vazaram na fábrica de pesticidas da empresa norte-americana Union Carbide, considerado o maior desastre industrial e químico ocorrido até hoje, quando mais de 500 mil pessoas foram expostas aos gases. Foi após esse desastre que as autoridades perceberam que algo dentro do ambiente ocupacional pode causar efeito no ambiente externo. Essas questões foram apresentadas pela farmacêutica e bioquímica, mestre em Saúde Pública, Rubia Kuno, no Seminário de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação da Fundacentro, na segunda-feira, dia 11 de abril.

Rubia conta que sempre defendeu a ideia de que não há separação entre o ambiente ocupacional e ambiental, ou seja, os riscos que existem no ambiente de trabalho podem ser levados para o externo, que foi o que acontecei na índia. O acidente não afetou apenas os trabalhadores da empresa, mas a população que morava ao redor. Pensando nisso ela apresentou a palestra “Indicadores biológicos de exposição: ocupacional x ambiental”.

Os trabalhadores e a população em geral podem estar expostos a produtos contaminantes que são liberados de uma mesma fonte. A exposição dos trabalhadores normalmente é mais elevada, porém o tempo de exposição acaba sendo maior fora do ambiente ocupacional que é cerca de 8 horas por dia, no ambiental esse tempo é de 24 horas.

A avaliação da exposição humana a contaminantes, presentes no ambiente externo e no ambiente de trabalho, é estimada a partir de medidas periódicas das concentrações dos contaminantes em amostras colhidas no ambiente como ar, água e solo. O método é chamado de monitorização ambiental e pode ser realizado a partir de determinada substância química na população exposta, sendo a biomonitorização humana.

Os materiais biológicos usados para a biomonitorização humana são o sangue, urina, leite humano, ar exalado, saliva, sêmen e unha, sendo esses três últimos os menos utilizados. O método de avaliação de saúde e controle das exposições mostra as semelhanças entre essa exposição tanto no ocupacional quanto ambiental. O que indica que a fonte de contaminação nos dois ambientes é a mesma.

O projeto tem como objetivo prevenir a exposição excessiva dos agentes químicos que podem provocar efeitos nocivos, agudos ou crônicos nos indivíduos expostos. E perceber o quanto os riscos ocupacionais interferem na população ao redor.

A pesquisa mostra que no âmbito ocupacional, a biomonitorização humana é considerada um instrumento importante para avaliar riscos à saúde. Além disso, traz a necessidade de se buscar mais informações sobre os efeitos na saúde dos diferentes contaminantes ambientais e melhorar a interpretação dos dados de biomonitoramento.

Você pode ler o trabalho de Rubia no site da Revista de Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade.

Fonte: Fundacentro

Por |2016-04-15T10:10:36-03:0015 de abril de 2016|Notícias|