Data: 16/2
Você sabia que o estado do Rio de Janeiro ocupa o décimo lugar no ranking de estados que mais consomem agrotóxicos no país? Se você não sabia, assuste-se! Este número não é verdadeiro, muito provavelmente, segundo pesquisadores, o Rio de Janeiro é o terceiro em consumo de produtos com agrotóxicos, tudo porque não há uma notificação adequada dos casos de intoxicação por agrotóxicos.
Para se ter uma ideia do problema entre 2009 e 2010, o povo fluminense consumia 3,40 kg de agrotóxicos por hectare (ha) pulando para 125,08 kg/ha. Em 2012, esse número saltou para 151,01 kg/ha – quase 5.000% de aumento de 2009 para 2012!
De acordo com o “Panorama da Contaminação Ambiental por Agrotóxicos e Nitrato de origem Agrícola no Brasil”, publicado em 2014 pela Embrapa, há na região serrana do Rio de Janeiro “a presença constante de situações de risco de contaminação ambiental por agrotóxicos”. O documento destaca a contaminação da água por estas substâncias, especialmente em áreas com cultivo de tomates (uma pesquisa realizada em Paty do Alferes encontrou contaminação em 70% dos pontos hídricos pesquisados). A publicação destaca ainda dois estudos realizados em Nova Friburgo: um detectou que a presença de agrotóxicos no ambiente, em especial nos rios, impacta na fauna local; enquanto outro encontrou concentrações de agrotóxicos em valores até oito vezes acima do limite permitido pela legislação brasileira, em áreas onde a atividade agrícola era mais intensiva – com as lavouras chegando até às margens do rio.
O consumo intensivo de agrotóxicos está concentrado nas monoculturas de cana-de-açúcar no norte do estado e na oleicultura [tomate, pimentão e tubérculos diversos] da região serrana, alimentos que são escoados para a Ceasa e abastecem a região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro.
Esses dados e outras informações estão disponíveis na sexta matéria da série “Agrotóxicos: a história por trás dos números”, realizada pelo Icict/Fiocruz, intitulada “Consumo intensivo de agrotóxicos no Rio de Janeiro revela cenário de intoxicações ‘invisíveis’”.
Fonte: Fiocruz