MPT em Campinas, SP, mira assédio moral a funcionários de telemarketing

MPT em Campinas, SP, mira assédio moral a funcionários de telemarketing

Data: 25 de setembro

O Ministério Público do Trabalho (MPT) recomendou a empresas de telemarketing a implantação de medidas para combater o assédio moral contra funcionários. O órgão trabalhista realizou uma audiência pública em Campinas (SP), nesta sexta-feira (25), para tratar do assunto e reuniu, também, sindicatos patronais e trabalhadores da categoria.

Segundo o MPT, juntamente com bancos, grandes indústrias e varejistas, o setor de telemarketing é considerado um dos que mais fere a dignidade do trabalhador. Nas regiões de Campinas e Piracicaba, o número de empresas autuadas por assédio moral subiu 38% entre janeiro e agosto deste ano em compração com o mesmo período de 2014.

Dados da Previdência Social, informados pelo órgão trabalhista, apontam que pelo menos 1,2 mil funcionários da área se afastaram por depressão, Ler ou Dort, e outros transtornos psíquicos, entre 2004 e 2013, na região de Campinas – a conta para os cofres públicos foi de aproximadamente R$ 5 milhões.

Casos de assédio moral

Entre os casos de assédio moral citados pelo MPT, com base em informações do sindicado da categoria, há advertências grosseiras realizadas por supervisores na frente de todo o grupo, inclusive com gritos e xingamentos, exclusão de cursos e reuniões dos operadores que rendem abaixo do esperado e até limitação de uso do banheiro.

“Com dois meses de empresa, eu tive que procurar no posto um psiquiatra e comecei a tomar remédio. Hoje, eu tomo 80 miligramas de remédio para depressão”, disse uma ex-funcionária de telemarketing, que preferiu não ser identificada. O controle no tempo de uso do banheiro é confirmado por ela. “Se passasse de 10 minutos, a gente sempre era humilhado”, relatou.

Intenção do MPT

“A intenção é justamente a diminuição desses casos”, explicou a procuradora do trabalho Danielle Olivares Corrêa Masseran. De acordo com ela, o MPT tem uma estimativa, com base na Previdência Social, de que a maioria dos afastamentos no setor do telemarketing está ligado a transtornos mentais.

De acordo com dados do Ministério do Trabalho, em dezembro do ano passado cerca de 11 mil pessoas trabalhavam na área de telemarketing em Campinas.

(Fonte: G1)

Por |2015-09-28T16:21:55-03:0028 de setembro de 2015|Notícias|