RBSO disponibiliza novo número

RBSO disponibiliza novo número

Data: 24 de março

A edição 130 da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional – RBSO está disponível para download no portal SciELO e na página da revista no site da Fundacentro. A publicação traz artigos sobre temas como acidentes fatais, intensificação do trabalho, articulação entre saúde do trabalhador e saúde ambiental, acidentes perfurocortantes, trabalho em turno e a questão de gênero, violência psicológica no trabalho de adolescentes e Nexo Técnico Epidemiológico – NTEP. “São assuntos diversos e atuais, com artigos de várias regiões do país”, afirma o editor executivo, Eduardo Garcia Garcia.

No editorial da publicação, aborda-se a submissão de artigos quantitativos derivados de estudos retrospectivos ou da aplicação de questionários estruturados ou semiestruturados, que relatam prevalências pontuais de um agravo “A” ocorrendo em um grupo exposto “X”.

“O editorial coloca a questão da qualidade de alguns artigos submetidos à revista oriundos, sobretudo, de dissertações. A exiguidade de prazos exigidos pela Capes para os programas de pós-graduação muitas vezes leva a elaboração de trabalhos de pesquisa que abordam aspectos mais simplificados, baseados apenas na aplicação de questionários já validados e que não trazem novas contribuições”, avalia Garcia.

Artigos

“Conhecer as vivências dos Técnicos de Segurança do Trabalho no desenvolvimento de suas atribuições nas empresas, bem como suas percepções sobre os reflexos do exercício profissional sobre a sua saúde”. Esse foi o objetivo do artigo “O poder de agir dos Técnicos de Segurança do Trabalho: conflitos e limitações”, um dos dez textos publicados na edição 130 da RBSO, de autoria de Karina Inoue e Rodolfo Vilela, ambos da Faculdade de Saúde Pública da USP.

O artigo é fruto de uma pesquisa qualitativa, que usou a técnica de Análise Coletiva do Trabalho, em que os trabalhadores em grupo abordam os aspectos materiais e subjetivos de seu fazer. Os técnicos de segurança apontaram limitações no exercício de suas atividades e conflitos com os diferentes níveis hierárquicos das empresas. Problemas como desvio de função, priorização, pelas empresas, da produção em detrimento da prevenção, e atuação conflituosa por sua posição intermediária entre trabalhadores e gestores foram relatados.

Já José Pina e Eduardo Stotz, da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, publicaram o artigo “Intensificação do trabalho e saúde do trabalhador: uma abordagem teórica”, baseado no materialismo histórico, que considera a determinação social do processo saúde-doença. A análise dos autores mostra que o prolongamento da jornada, o intenso ritmo de trabalho, a administração por estresse e expropriação do saber do trabalhador – capacidades físicas, psíquicas e intelectuais – pela gerência levam à intensificação do trabalho.

“Esses processos determinam uma pluralidade de agravos à saúde e na manifestação do desgaste e do sofrimento difuso dos trabalhadores. Conceitualmente, o objeto intensificação do trabalho e saúde do trabalhador pode ser definido e estudado nas práticas específicas de exploração e expropriação do saber do trabalhador tendentes a enfraquecer sua capacidade coletiva para proteger a saúde e para questionar as determinações dos problemas e agravos à saúde”, afirmam Pina e Stotz.

Outro artigo a retratar uma questão atual aborda o NTEP: “Caracterização do nexo técnico epidemiológico pela perícia médica previdenciária nos benefícios auxílio-doença”. Os autores – João da Silva Júnior, do Ministério da Previdência Social, Flávia de Almeida, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Márcio Santiago, do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, e Luiz Carlos Morrone (in memorian) – avaliam que o NTEP modificou a caracterização da etiologia ocupacional de agravo que justifica benefício previdenciário auxílio-doença no Brasil.

O objetivo foi descrever o perfil de requerimentos em que houve indicação de NTEP pelo sistema previdenciário e analisar fatores associados à caracterização/descaracterização do nexo pela perícia médica. Para tanto, realizou-se um estudo retrospectivo analítico, com amostra de 822 laudos médicos periciais emitidos em São Paulo, entre 2008 e 2011.

O NTEP foi descaracterizado em 59% das situações. Na maioria desses casos, os trabalhadores relataram que a lesão não tinha ocorrido no trabalho (70,9%). Houve associação entre a caracterização do NTEP e o diagnóstico da doença incapacitante, principalmente em relação aos distúrbios osteomusculares. “Há uma descaracterização frequente da espécie acidentária nos requerimentos, o que pode minimizar a justiça social ao trabalhador lesionado em decorrência do exercício do seu trabalho”, afirmam os autores.

Próximos números da RBSO

A próxima edição da RBSO já está fechada e trará um dossiê temático sobre ergonomia. Também se encontra aberta até 15 de junho de 2015 a chamada de artigos para o dossiê temático sobre “Exposição ocupacional ao benzeno na cadeia de distribuição e revenda de combustíveis no Brasil”. Mais informações na página da revista.

Além de dossiês temáticos, podem ser submetidos à RBSO, a qualquer tempo, textos relacionados à área de SST. A revista tem recebido um número crescente de submissões. De janeiro de 2009 a dezembro de 2013, foram 775. Eduardo Garcia destaca a importância da equipe de apoio da secretaria da revista na operacionalização do sistema de avaliação dos artigos, que é bastante complexo e exige acompanhamento atento de todo o processo editorial, envolvendo autores, editores e pareceristas.

A RBSO também vem apresentando crescimento no número de visitas aos artigos no site do SciELO. De abril de 2012 a fevereiro de 2015, foram 512.569 acessos. Cresceu ainda o fator de impacto (FI) do periódico, que mede o número médio de citações de artigos publicados em determinado período, geralmente dois anos. O FI da RBSO no SciELO foi de 0,27 em 2013 para 0,50 em 2014. “São números que mostram que os artigos da revista estão sendo mais acessados e referenciados”, considera Garcia.

é possível acessar no site da RBSO as edições completas da publicação desde o número 33, publicado originalmente em 1981.

Fonte: Fundacentro

Por |2015-03-24T15:00:55-03:0024 de março de 2015|Notícias|