Fundacentro realiza debate sobre a indústria da construção na SNCT

Fundacentro realiza debate sobre a indústria da construção na SNCT

Data: 16 de outubro

Quem visitar o estande da Fundacentro e do Ministério do Trabalho e Emprego na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT, em Brasília/DF, poderá ver 10 painéis com impressão fotográfica com efeito lenticular 3D de diferentes situações de trabalho. Também conhecerá instrumentos de avaliação técnica para espaços confinados e outros ambientes. A exposição traz equipamentos como decibelímetro, que mede a pressão sonora, e luxímetro digital, que avalia o nível de iluminamento.

Além das iniciativas da Fundacentro, há ações desenvolvidas pelas secretarias do Ministério do Trabalho e Emprego. A Secretaria Nacional de Economia Solidária – Senaes, por exemplo, trouxe à feira um ônibus que funciona como laboratório de robótica. Ele é levado às cooperativas de materiais recicláveis, para que os catadores saibam como recolher e separar lixo eletrônico de forma adequada. Esse mesmo veículo também é usado para ensinar montagem e manutenção de computadores. O trabalho é fruto de um convênio com a ONG Programando o Futuro.

A 11ª; edição da Semana Nacional da Ciência e Tecnologia – SNCT ocorre entre os dias 13 e 19 de outubro, das 8h às 18h, em Brasília/DF, no Pavilhão A de Exposição do Parque da Cidade. O evento é aberto ao público e gratuito.

Mesa Redonda

A SNCT também conta com discussões técnicas. O secretário nacional de Economia Solidária, do MTE, Paul Singer, participou da mesa redonda “A importância das ações de ciência e tecnologia para o desenvolvimento social nas políticas públicas do Brasil”, na manhã de ontem, 15 de outubro. Na ocasião, o secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, do MCTI, Oswaldo Baptista Duarte Filho, anunciou a intenção de montar um grupo interministerial de tecnologia social. “Para nós a boa ciência é aquela que tem um olhar na sociedade”, afirmou Duarte Filho.

Em sua palestra, Paul Singer explicou que a tecnologia social visa melhorar o desenvolvimento social. “Uma tecnologia social é uma tecnologia que serve ao povo. Mais do que isso, é uma tecnologia criada e desenvolvida pelo povo. A própria economia solidária é uma tecnologia social e poderia ser chamada de tecnologia política. A essência da economia solidária é a democracia”, avalia Singer.

Para o secretário da Senaes, os fundamentos da Revolução Francesa – liberdade, igualdade e fraternidade – são muito importantes na atualidade. A liberdade significa não ser oprimido, e a igualdade consiste na igualdade de direitos. é preciso ter igualdade na prática, não só na Constituição e “passar para uma democracia mais autêntica”. Nesse contexto, o desafio fundamental é superar a democracia representativa.

Para Singer, as redes sociais são sementes para a democracia. “Pela primeira vez, penso eu, a gente pode não só sonhar, mas praticar a democracia direta. Nas cooperativas se pratica. A economia solidária pode inspirar novas experiências. O Brasil está sendo visto hoje como um possível modelo para tecnologia social e política”, reflete o professor.

Indústria da Construção

Já no período da tarde, a tecnologista da Fundacentro/RJ, Maria Christina Felix, apresentou palestra sobre a gestão integrada do Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais – PPRA e do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – PCMAT nesse setor.

A indústria da construção pode ser dividida em três categorias: Construção Civil, Construção Pesada e Instalações e Montagens Industriais. “Quando se faz o PCMAT, o PPRA não precisa estar em documento diferente, você leva os conceitos para dentro do PCMAT”, explica Christina Felix, que é arquiteta com pós-graduação em engenharia de segurança. O PCMAT também deve trazer as informações do PCMSO, no entanto, é preciso ter os dois documentos.

é importante considerar que para se ter um sistema de gestão de SST como preconizado pela Organização Internacional do Trabalho – OIT, PPRA e PCMAT devem ser construídos de forma ampla, com leitura de programa de gestão de riscos.

Na avaliação de Christina Felix, o PCMAT é um programa complexo, que deve ser construído de forma multiprofissional. Além disso, qualquer trabalhador pode consultá-lo quando quiser, por isso deve estar acessível.

Após de fazer um panorama da indústria da construção, a tecnologista da Fundacentro/RJ falou sobre alguns trabalhos que vêm desenvolvendo. Ela é membro do CPN (Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção), que discute a NR-18.

Os grupos de trabalho já terminaram as discussões técnicas e já há um texto base, que está com o CPN. O Comitê está discutindo alguns pontos que precisam de consenso sobre o PCMAT, os Comitês, as Cipas e os Sesmts. Reuniões mensais estão previstas até março, para que em abril o texto seja entregue para a CTPP (Comissão Tripartite Paritária Permanente) dar os encaminhamentos rumo à publicação.

Outro importante trabalho é a elaboração de um relatório técnico sobre os acidentes fatais na construção dos estádios para a Copa do Mundo no Brasil. A atividade foi uma demanda do representante regional da Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) para América Latina e Caribe, Nilton Freitas.

“A Rússia, que vai ser a próxima sede da Copa, quis que ele levantasse os acidentes fatais que ocorreram. Foram oito mortes. Eu vou dar o parecer técnico”, explica Christina Felix. Para tanto, ela tem acesso às análises dos acidentes realizadas pelos auditores fiscais do trabalho. O material está em fase de produção, e o objetivo é que esses acidentes não se repitam. Durante a palestra na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, sugeriu-se que a tecnologista trace um panorama também dos acidentes graves ocorridos na construção dos estádios.

Fonte: Fundacentro

Por |2014-10-17T09:37:09-03:0017 de outubro de 2014|Notícias|