Acessibilidade e desenho universal foram discutidos no auditório da Fundacentro/SP

Acessibilidade e desenho universal foram discutidos no auditório da Fundacentro/SP

Data: 13 de agosto

A Fundacentro de São Paulo recebeu empresários e profissionais interessados no tema “Acessibilidade como Ferramenta da Inclusão e Permanência no Trabalho: Desenho Universal”, no dia 11 de agosto, no auditório do Centro Técnico Nacional.

As pessoas com deficiência são asseguradas por meio da Constituição Federal e em diversas normas que garantem o direito à acessibilidade de circularem e utilizarem os espaços normalmente e sem barreiras.

Para discorrer sobre o assunto, a arquiteta Silvana Cambiaghi foi convidada pela instituição para palestrar sobre a inclusão de pessoas com deficiência física, intelectual, visual, auditiva e múltipla no mercado de trabalho, sobretudo em adaptações que facilitem a locomoção e permanência de trabalhadores e cidadãos como um todo, nos ambientes e nas ruas. Silvana também é mestre em desenho universal pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP) e desenvolve um trabalho Intersecretarial na Prefeitura de São Paulo sobre a questão de acessibilidade.

“Todos nós temos aptidão para uma determinada coisa, seja deficiente ou não. Porém, para quem sofre de alguma deficiência, a falta de acessibilidade é muito visível. Por isso, é necessário adequar os ambientes de trabalho de acordo com o Desenho Universal”, comenta Silvana.

O Desenho Universal que a especialista se refere trata de viabilizar produtos, meios de comunicação e ambientes que possam ser usados por todas as pessoas. Sendo possível permanecer nos ambientes, sem a necessidade de adaptação, o qual beneficia tanto as pessoas deficientes – como também idosas, obesas, por idade e altura.

Ambiente sinalizado e adaptado

Silvana salientou que pessoas com deficiência também precisam trabalhar e, a empresa que exerce a inclusão social precisa também adaptar o ambiente de trabalho. “A norma da ABNT – nº 9050/2004, discorre sobre acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Temos que pensar que o trabalhador irá se locomover ao trabalho, por isso as calçadas necessitam de faixa livre, sem obstáculos físicos e ter no mínimo 1,20 m de largura. As rampas precisam de análise, sendo que plataformas para os deficientes e idosos é a melhor opção”, descreve a arquiteta.

Além desses pormenores, são necessárias muitas outras providências para receber a pessoa com deficiência. São vagas reservadas para os deficientes, catraca e balcões adequados, portões ou botoeira acessíveis, piso tátil dentro da edificação, sinalização em Braille, banheiro universal, baias ergonômicas e dentre outros.

Meio de locomoção do serviço Atende

Alguns ônibus e os metrôs foram adaptados para atender esse público. A especialista informou que o Atende é um veículo que a Prefeitura disponibiliza para atender às pessoas com deficiência física e mobilidade altamente reduzida. “As empresas que contratam táxis para os funcionários que saem em campo, é importante que no contrato também exija táxi adaptado para o deficiente”, diz Silvana.

Mercado de trabalho e lei de cotas

Cambiaghi relata que a sociedade sempre conviveu com pessoas com algum tipo de deficiência, no entanto, a reflexão no sentido de incluí-las no ambiente de trabalho ainda é insuficiente. “A nossa cidade não foi preparada para quem anda com dificuldade de locomoção e cadeira de rodas. Existem muitos obstáculos para as pessoas com deficiência. Mesmo assim, hoje em dia é possível observar que algumas mudanças aconteceram e a lei de cotas abre espaços para que todos possam trabalhar”, esclarece a arquiteta.

A contratação de pessoas com deficiência, em nosso País, está assegurada pela lei de cotas Lei nº 8.213 de julho de 1991. As empresas com 100 ou mais empregados têm que reservarem vagas de acordo com o número de empregados.

No site do Ministério do Trabalho e Emprego é possível consultar itens que esclarecem as providências que as empresas necessitam para contratar um profissional. é possível consultar legislação, as Normas da ABNT e Regras para as calçadas que permeiam à acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência de forma geral.

Para quem não a conhece, a palestrante é cadeirante e com muito esforço e força de vontade conseguiu estudar e, hoje, desenvolve trabalhos em prol das pessoas com deficiência. Todas as pessoas têm capacidade para desenvolver algum tipo de trabalho, por isso é essencial que as empresas, governantes e toda a sociedade estejam engajadas em promover igualdade e possibilidade aos profissionais que tenham algum tipo de deficiência –, que possam realizar e executar o seu trabalho em um ambiente digno a sua necessidade.

A discussão sobre mudanças iniciou-se na década de 80, com a Constituição de 1988 estudos apontavam para acessibilidade nas edificações e nos transportes. No entanto, as leis e normas específicas tornaram-se obrigatórias no sentido incluir acessibilidade na arquitetura.

Acessibilidade promove o direito de ir e vir de qualquer cidadão. No ambiente proporciona a melhoria da qualidade de vida das pessoas, sobretudo nos espaços, transportes, informação e comunicação de um modo geral.

Fonte: Fundacentro

Por |2014-08-14T10:40:35-03:0014 de agosto de 2014|Notícias|