Data: 21 de julho
Seis trabalhadores de empresas de mármore e granito do Espírito Santo já morreram ao longo deste ano de 2014. Entre as pessoas que faleceram, quatro prestavam serviços na região Sul do estado. De acordo com o secretário de Saúde e Segurança do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Mármores e Granitos (Sindimármore), há um alto grau de risco no setor, mas afirmou que é cobrado curso de qualificação das empresas. O Ministério do Trabalho informou que realiza fiscalizações na área e destacou que, nesta segunda-feira (22), vai haver uma reunião para traçar novas estratégias.
A morte mais recente aconteceu na última terça-feira (16), quando Valdir Barbosa, de 58 anos, fazia um poço onde seria depositada a lama abrasiva de uma empresa. Uma das paredes cedeu a caiu sobre o trabalhador, que chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. “A família está muito abalada. Ele tinha dois filhos, que eram muito agarrados com o pai. Então, ficaram muito abalados com isso que aconteceu”, disse o irmão da vítima, Elio Barbosa.
Em 2013, a região Sul também ficou em primeiro lugar no estado no número de mortes no setor. Dos 12 funcionários que perderam a vida em serviço, dez trabalhavam em Cachoeiro de Itapemirim. “Infelizmente, a expectativa não é boa. O grau de risco do setor é quatro. Se já chegamos ao sétimo mês do ano com seis óbitos, imaginamos que ainda vai acontecer mais”, falou o secretário de Saúde e Segurança do Sindimármore, Aguinaldo Grillo.
Apesar de o sindicato exigir curso de qualificação das empresas, o secretário afirmou que há dificuldade em fiscalizar se os funcionários trabalham da maneira correta. “A resposta do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e da delegacia especializada em acidente do trabalho é demorada para nós. Também falta a eles material humano, para nos dar uma resposta mais imediata em relação a esses óbitos que estão acontecendo no setor”, disse Grillo.
O Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do Estado do Espírito Santo (Sindirochas) falou que atua para qualificar os funcionários, mas pede auxílio. “Já temos quase sete mil funcionários qualificados e já atendemos mais de três mil empresas durante os últimos dois anos. Mas a gente também gostaria muito de contar com o Sindimármore, para que nos ajudasse dando curso e incentivando o uso de equipamentos corretos, para evitar os acidentes”, pontuou o presidente do Sindirochas, Samuel Mendonça.
Fonte: Revista Proteção