MPT apura causa e responsabilidade pelas mortes em buraco em Salvador

MPT apura causa e responsabilidade pelas mortes em buraco em Salvador

Data: 18 de junho

O Ministério Público do Trabalho (MPT) começa a investigar a morte dos dois trabalhadores da empresa terceirizada MRM/Passarelli, que prestava serviço à Empresa Baiana de águas e Saneamento (Embasa), e do homem que tentou salvá-los. Segundo o MPT, vistoria inicial já aponta falhas em procedimentos básicos de segurança.

Os funcionários caíram em um buraco de três metros de profundidade na Rua Imperatriz, no canteiro central da Via Regional, no bairro de Cajazeiras IV, na manhã desta quarta-feira (18). Diante disso, um homem, que atuava em um ferro-velho próximo ao acidente, tentou entrar para resgatá-lo e também morreu. Todos inalaram gás e morreram por asfixia.

As vítimas são Antônio Pereira da Silva e José Ivan Silva, além do trabalhador do ferro-velho Gilmário da Conceição Barbosa, 31 anos. De acordo com o MPT, as responsabilidades pelo acidente estão sendo apuradas. Foram solicitados relatórios que indiquem as condições em que o fato ocorreu. O MPT adianta que a Embasa tem um acordo judicial firmado que estabelece obrigatoriedade de atendimento de normas de saúde e segurança do trabalho em todas as suas obras.

Um outro funcionário da empresa terceirizada também entrou no buraco para tentar resgatar os operários, mas, ao perceber o forte cheiro de gás, desistiu e conseguiu sair do local. Ele foi encaminhado para um hospital pelo Samu. Os operários estavam trabalhando em uma obra de esgotamento sanitário na Via Regional, informou a Embasa.

Em nota, a empresa de saneamento disse que as mortes foram ocasionadas por “contaminação por gás dentro de um equipamento da rede de esgotamento sanitário que está sendo implantada na localidade”. Procurada, a MRM/Passarelli informou que o expediente foi finalizado mais cedo por conta do jogo da Copa e que não tem informações sobre o caso.

Falta de segurança

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção (Sintepav), Irailson Warnoaux, não tinham equipamentos de segurança no local. “Eles deveriam ter colocado técnicos de segurança para verificar as condições de trabalho”, relata Irailson. Ele ainda informou que o sindicato denunciou a empresa terceirizada ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e ao Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).

Segundo a Embasa, o consórcio responsável pela execução da obra está investigando a origem do gás, uma vez que a rede de esgoto ainda não está em funcionamento. O equipamento é uma caixa de concreto armado implantada a três metros de profundidade. De acordo com o consórcio, o serviço estava finalizado há três meses e, nesta manhã, os técnicos foram realizar vistoria no local.

A Embasa informou que vai acompanhar o caso e apurar as responsabilidades junto ao consórcio executor da obra.

Fonte: G1

Por |2014-06-20T10:53:13-03:0020 de junho de 2014|Notícias|