Paralisada obra da Copa por melhores condições de trabalho

Paralisada obra da Copa por melhores condições de trabalho

Data: 10 de março

Cerca de 190 operários da obra do Centro Oficial de Treinamento (COT) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, paralisaram as atividades nesta segunda-feira (10) para reivindicar o pagamento de salários atrasados e melhores condições de trabalho.

A obra deveria ter sido entregue em dezembro de 2013 e o novo prazo para conclusão do COT é para o fim de maio. A empresa Engeglobal, responsável pela obra, informou que os salários devem ser pagos nesta segunda-feira e que as demais reivindicações serão avaliadas.

Além de atraso no salário, os operários reclamam das condições precárias de trabalho, como falta de água, banheiros entupidos, alimentação inadequada, horas extras não contabilizadas e ponto batido por terceiros.

“Está faltando gente para trabalhar e os que estão trabalhando estão sendo tratados com este desrespeito. Este é um dos fatores que está provocando tantos problemas nas obras da Copa. Trabalhadores maltratados ficam desmotivados”, disse Joaquim Santana, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM).

De acordo com o operário Antônio Hélio, todos os trabalhadores estão insatisfeitos e devem continuar parados por tempo indeterminado. “Queremos uma solução para os problemas, senão vamos manter a paralisação. Eles precisam ter mais respeito com os trabalhadores. A comida é muito ruim, o banheiro é sujo. Não adianta eles comprarem caminhão novo, bons equipamentos e esquecer do peão. Temos que ser bem tratados. Não adianta trabalhar insatisfeito”, reclamou.

No final do mês de fevereiro, o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá denunciou as más condições de trabalho nas obras do COT da UFMT aos órgãos trabalhistas.

Outro lado

O presidente da empresa Engeglobal, Robério Garcia, admitiu que o canteiro de obras precisa de adequação, já que o número de funcionários aumentou nos últimos meses. Quanto aos outros itens reclamados pelos trabalhadores, ele negou a existência e garantiu que vai checar, principalmente a questão do ponto.

“O pagamento está sendo realizado nesta segunda-feira, conforme previamente combinado com os trabalhadores. O feriado de carnaval atrasou a folha, mas isso já está resolvido. A obra está atrasada, aumentamos o número de funcionários e pode ser que não estamos adequando o canteiro corretamente. Mas vamos solucionar isso”, afirmou.

A obra

Previsto para ficar pronta em dezembro, o COT da UFMT começou a ser construído em março de 2013. Problemas de projeto atrasaram a obra em quatro meses, segundo a Engeglobal. Ele está orçado em R$ 15,8 milhões e terá capacidade para 1,5 mil torcedores. Após a Copa do Mundo, será um centro de referência olímpica, já que uma pista oficial de atletismo, com piso sintético e 400 metros de comprimento, está sendo construída no local.

“Tivemos muitos problemas com repasse financeiro no último ano. Foram vários fatores que geraram esse atraso. O projeto não cabia no terreno, problemas de lençol freático, entre outros. Agora, estou em contato direto com o governador Silval Barbosa, que tem me garantido que os repasses irão acontecer. Vamos entregar essa obra no fim de maio”, concluiu Robério.

A Secopa-MT, por sua vez, negou que tenham ocorridos atrasos nos repasses e que o cronograma financeiro tem sido cumprido.

Além do COT da UFMT, o governo de Mato Grosso também está construindo o COT Barra do Pari, que também está atrasado. Ao custo de R$ 25,8 milhões, o local terá uma área total de 52 mil metros quadrados e capacidade para três mil torcedores. Seu projeto inicial foi alterado, já que ele deveria comportar até 10 mil pessoas. As obras começaram em outubro de 2012 e deveriam ter sido entregues um ano depois. Seu prazo final também ficou para maio.

Após a Copa do Mundo, ele será usado como estádio para os times mato-grossenses.

Fonte: Revista Proteção

Por |2014-03-11T00:00:00-03:0011 de março de 2014|Notícias|