Data: 16 de janeiro
Exato um mês após o acidente que resultou na morte do operário Marcleudo de Melo Ferreira, de 23 anos, quando trabalhava na cobertura da Arena da Amazônia, uma nova fiscalização do Ministério Público do Trabalho (MPT) foi realizada, na tarde desta terça-feira (14), no canteiro de obras do estádio, na zona centro-oeste de Manaus. Irregularidades foram constatadas pela equipe formada por três procuradores do Trabalho e dois analistas periciais do MPT.
A inspeção faz parte de uma força tarefa montada pelo órgão ministerial inserida dentro do projeto nacional “Construir com Dignidade”, que visa fiscalizar grandes obras pela capital amazonense, como é o caso da Usina Termelétrica Mauá 3 (Utema), que pertence à Eletrobras Amazonas Energia e que está sendo construída pela Construtora Andrade Gutierrez S/A, no bairro do Mauazinho, na zona leste da cidade. A empresa também é responsável pela construção da Arena da Amazônia.
De acordo com o procurador do trabalho e coordenador regional da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat), Jorsinei Nascimento, a força-tarefa, que teve início nesta terça, deverá fiscalizar, ainda nesta semana, mais seis grandes obras até a sexta-feira (17).
“Esta semana estamos realizando uma força-tarefa em Manaus e, dentro dessa ação, o MPT está com servidores de outros Estados para nos dar suporte”, afirmou o procurador, que na vistoria estava acompanhado pelos procuradores Maria Nely Bezerra de Oliveira e Renan Bernardi Kali.
Sobre o andamento das obras na Arena da Amazônia, Jorsinei afirmou que “houve, de fato, um avanço na questão da segurança. Várias das determinações que fizemos anteriormente já foram cumpridas. Chegaram até a ir mais além e instalaram uma tela de proteção contra risco de queda”, disse o procurador.
“Mas existem alguns pontos que precisam ser intensificados, como a orientação sobre os trabalhadores terceirizados, questão do uso dos equipamentos, entre outros. Nesta visita, fizemos a recomendação verbal e na próxima quinta faremos uma formal à empresa, para que ela continue intensificando essa política de segurança em seus canteiros de obras”, ponderou o procurador.
A falta de isolamento nas escadas com guarda-corpo para evitar a queda tanto de pessoas quanto de objetos foi outra irregularidade constatada. Operários trabalhando em andaimes que não estavam travados correndo o risco da plataforma se mover e o trabalhador cair.
A construtora Andrade Gutierrez foi notificada a comparecer na sede do Ministério Público do Trabalho, na próxima quinta-feira, 16, para uma audiência onde serão discutidas as irregularidades.
Fonte: Portal D24AM