Data: 25 de setembro
A abertura da Oficina de Formação do Programa de Educação Contra o Trabalho de Crianças e Adolescentes (Peteca/MPT na Escola) contou com mais de 150 professores do ensino fundamental de Belo Horizonte e do interior de Minas Gerais na noite de segunda-feira (23). A iniciativa é promovida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) do estado e ocorre no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais até esta quarta-feira (25).
Ao abrir a capacitação, a procuradora-chefe interina do MPT em Minas Gerais, Sônia Toledo Gonçalves, ressaltou o esforço empreendido para reunir um grupo tão representativo de todas as regiões de Minas Gerais e apresentou as atribuições do MPT.
O procurador do Trabalho Rafael Dias Marques, que responde pela Coordenadoria de Combate a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância) fez a palestra de abertura do curso convidando os professores a se apaixonarem pelo combate ao trabalho infantil. “Esse evento não mexe com a lei, mexe com a sensibilidade, os corações e mentes de profissionais que tem o dom de plantar nas crianças a semente da conscientização”.
Segundo o procurador, as estatísticas demonstram que o trabalho infantil ainda é visto pela sociedade como um mal de menor importância. Um relatório global divulgado pela OIT, na segunda-feira (23) aponta que três milhões de crianças e adolescentes com idades entre 5 e 17 anos trabalham no Brasil. No mundo inteiro são 100 milhões .“Precisamos entender que o trabalho infantil aniquila o futuro de uma nação e que a mudança começa em cada um de nós, quando decidimos não mais aceitar as coisas como estão,” enfatizou o Marques.
Nesses três dias os professores dos 47 municípios participantes recebem orientações sobre metodologias de ensino dos temas relacionados como os direitos de crianças e adolescentes. Na manhã de ontem (24), a pesquisadora Célia Gurgel falou sobre trabalho infantil doméstico e o procurador do Trabalho Antônio de Oliveira Lima apresentou a revista “Brincar, Estudar, viver, Trabalhar só quando crescer”.
Ao descrever o programa Peteca, o idealizador do projeto e procurador do Trabalho Antônio de Oliveira Lima afirmou que precisamos romper barreiras culturais, ampliar os espaços de proteção para reduzir espaços de exploração. O programa inclui material didático, capacitação para professores, envolvimento da comunidade escolar.
Projetos – A capacitação de professores integra um grande projeto iniciado pelo MPT em Minas neste ano. As ações consistem na sensibilização de gestores públicos municipais para a implementação de políticas públicas voltadas ao combate ao trabalho infantil e escravo, na inclusão no mercado de trabalho, entre outras metas.
“Nossa expectativa é que 100 mil alunos participem das ações do MPT na escola no interior de Minas, certamente será a primeira vez que muitos cidadãos brasileiros ainda em formação terão contato com o estado de direito”, ressaltou a procuradora do Trabalho Elaine Nassif, que idealizou e coordenou as audiências públicas realizadas pelo MPT de abril a agosto e também a oficina de formação.
Fonte: Ministério Público do Trabalho