Data: 17 de julho
Os profissionais que atuam nas áreas de limpeza, construção civil, mecânica e metalurgia são os mais afetados pela dermatite de contato ocupacional, uma espécie de alergia de pele causada por agentes físicos, químicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho, que causa desconforto, dor, prurido (coceira), queimação e reações psicossomáticas que podem comprometer a saúde como um todo.
Dos 1.735 pacientes atendidos entre 2000 e 2011 no Serviço de Dermatologia Ocupacional da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, vinculada à Fiocruz, 218 adquiriram a doença no ambiente de trabalho.
Segundo a coordenadora do serviço, Maria das Graças Mota Melo, as ocorrências ocupacionais são subnotificadas devido ao desconhecimento sobre a legislação das doenças ocupacionais pelos profissionais de saúde da rede pública e privada, a falta de integração nos diversos níveis de assistência e o déficit de serviços de dermatologia ocupacional. “Quem acaba sendo penalizado é o trabalhador, que não tem seus direitos reconhecidos”,disse a pesquisadora.
De acordo com a coordenadora, os profissionais chegam com suspeita de dermatose ocupacional, que é investigada. “Nos casos suspeitos aplicamos teste de contato para detectar a causa da alergia. A partir daí, o trabalho consiste em desvendar se essa alergia foi desenvolvida no exercício da atividade, e se estabelecer um nexo causal entre a doença e sua obtenção durante esse período.”
De acordo com a especialista, que também coordena o Departamento de Alergia/Imunologia da regional Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, os casos são mais comuns entre os homens, a partir dos 41 anos de idade. As partes do corpo mais acometidas são as mãos, antebraços, braços e punhos, pernas e coxas e os pés.
“Encontramos variações nos grupos profissionais de acordo com gênero. Nos homens, por exemplo, o grupo mais afetado está relacionado à construção civil e mecânica/metalurgia, enquanto, nas mulheres, a maioria dos casos foi observada nas profissionais de limpeza. As seis profissões mais frequentes estavam relacionadas a trabalho em ambiente úmido”,afirmou a pesquisadora.
Fonte: Revista Proteção