Data: 3 de julho
Médicos de Santa Catarina participam do Dia Nacional de Mobilização e realizam coleta de assinaturas para um abaixo-assinado nesta quarta-feira na região central de Florianópolis. O ato é promovido na chamada “Esquina Democrática”, tradicional ponto de movimentos políticos e manifestos na capital catarinense.
A mobilização é realizada por entidades locais em conjunto com estudantes de medicina da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina). Para atender a agenda dos profissionais e evitar que consultas fossem desmarcadas, o ato vai se estender por mais de quatro horas.
Os médicos coletam um abaixo-assinado das pessoas que passam pela esquina, uma das mais movimentadas da cidade, para buscar o aumento de recursos da área de saúde tanto na esfera federal como na esfera federal. Com cartazes e faixas, eles ainda realizaram uma “batucada” com a ajuda dos estudantes.
“Estamos colhendo essas assinaturas para que aumentemos os recursos da saúde. Vamos entregar na Assembleia Legislativa pois é de extrema importância”, afirma Cyro Soncini, coordenador do Conselho Superior das Entidades Médicas de Santa Catarina (COSEMESC). “O segundo motivo do nosso ato é combater a ideia atrasada do governo federal de trazer médicos de outros países sem aferir os conhecimentos deles”.
Para Soncini, os profissionais de saúde não trabalhariam em locais mais afastados devido à falta de condições para o exercício da profissão. “Se o médico não vai aos rincões não é porque não quer, é porque não existem condições. Se o médico estrangeiro quiser vir, pode vir ao Brasil pois será bem-vindo, mas precisa antes ter os conhecimentos aferidos como qualquer profissional brasileiro.”
O reajuste da tabela SUS e reajuste imediato na bolsa do residente são outros pontos da manifestação dos profissionais. “Qual o destino dos R$ 17 bilhões do orçamento do governo federal para a saúde que não foram aplicados como deveriam?”, questiona Soncini. “Vetaram artigos da Emenda Constitucional 29, que se tivesse sido colocada em prática teria permitido uma revolução na saúde.”
Os catarinenses também distribuíram uma Carta Aberta, esclarecendo sobre a mobilização e pedindo o apoio da comunidade para uma pauta de reivindicação em defesa da saúde pública. Em Santa Catarina, o movimento é organizado pela Associação Catarinense de Medicina (ACM), pelo Conselho Regional de Medicina (Cremesc) e pelo Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (Simesc). Além de Florianópolis, estão sendo realizadas manifestações em Joinville, Criciúma, Brusque, Caçador, Chapecó, Curitibanos, Lages, Xanxerê, São Lourenço do Oeste e Joaçaba.
Fonte: Terra