MPT—RO encontra adolescente analfabeto trabalhando em madeireira

MPT—RO encontra adolescente analfabeto trabalhando em madeireira

Em uma das madeireiras investigadas pelo Ministério Público do Trabalho em Rondônia, na Operação Tamanduá realizada na região da ponta do Abunã, em Rondônia, fronteira do Brasil com a Bolívia, o procurador do Trabalho Tiago Ranieri de Oliveira encontrou um adolescente com 15 anos de idade, em situação de vulnerabilidade, ou seja, em atividade de trabalho proibido em serraria e sem alfabetização.

Pela irregularidade, a Madeireira foi penalizada com o pagamento de dano moral individual, cujo valor convertido na aquisição de material escolar, uniforme e calçado para o adolescente frequentar as aulas em um curso de alfabetização na escola municipal da localidade. Além de adotar as medidas para que a situação irregular fosse corrigida, o procurador do Trabalho determinou que a imediata matrícula do adolescente, requerida à direção do estabelecimento de ensino.

Em outras madeireiras investigadas durante a Operação foram encontrados cinco trabalhadores com idade entre 11 e 14 anos anos, os quais tiveram suas situações laborais regularizadas, com a rescisão indireta dos seus contratos de trabalho e o encaminhamento à escola. Nas madeireiras, as irregularidades mais comuns encontradas foram a falta de implementação e de atualização de programas de prevenção relacionados ao meio ambiente do trabalho e de medicina e saúde ocupacional.

Além do trabalho de menores de idade, o MPT encontrou cerca de oito estrangeiros exercendo atividade laboral e em situação irregular em uma das madeireiras com o maior número de empregados. Todos tiveram sua situação de trabalho regularizada. De acordo com o procurador Tiago Ranieri, ao descobrirem a realização da Operação na região, muitas outras empresas locais, principalmente as madeireiras, trataram de mandar embora trabalhador estrangeiro (bolivianos).

Na área urbana dos Distritos onde foi desenvolvida a Operação, a presença de estrangeiros (bolivianos) é grande. Aqueles que concordam em dar declarações admitem que estão na região em busca de emprego, de acordo com o procurador Tiago Ranieri.

Com relação às irregularidades encontradas nas madeireiras, o procurador do MPT afirma que o maior volume de casos estão relacionados ao não cumprimento da norma quanto implantação e implementação dos programas de prevenção obrigatórios. Também à falta de observação do profissional em segurança do trabalho responsável pelos programas. Observou ainda o procurador do Trabalho que em quase todas as empresas inspecionadas, o técnico responsável era a mesma pessoa.

De acordo com o procurador Tiago Ranieri, devido à conduta de esquecimento ou omissão do profissional que responde pelos programas de prevenção nas madeireiras da região, o técnico responsável foi advertido verbalmente. Devido à postura do profissional, o MPT em Rondônia encaminhará ofício ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – CREA/RO, a fim de que a autarquia apure possíveis negligências ou imperícias na atuação do técnico.

No relatório final da atuação do MPT na Operação Tamanduá, destaca o procurador Tiago Ranieri que mais de 250 empregados de sete madeireiras onde foram realizadas diligências beneficiaram-se com a regularização das relações trabalhistas por parte das empresas, as quais se comprometeram a ajustar suas condutas, através de TACs firmados perante o Ministério Público do trabalho, assim como, de forma indireta, a sociedade da região .

Na Operação Tamanduá, o MPT realizou diligências e firmou termo de ajuste de conduta nas madeireiras PP Madeiras, Cabunā Indústria e Comércio de Madeiras , Beluno Madeiras da Amazônia LTDA , S.P Madeiras , Fênix madeiras, Pontal Madeiras. De todas as madeireiras investigas, só na MAB não foi necessário firmar TAC.

Por |2012-08-10T10:17:47-03:0010 de agosto de 2012|Notícias|